Outros prefeitos do Brasil tomaram mesma atitude do prefeito de Patu, conheça

prefeitura cancela carnaval para investir em saúde e educação
Imagem: Reprodução

Mais cedo, o Diário Potiguar noticiou (matéria aqui) a decisão do prefeito de Patu, no Rio Grande do Norte, Dr. Ednardo, de não investir no Carnaval deste ano naquela cidade. A justificativa, a que inferimos, foi a necessidade de focar recursos em Saúde e Educação até que a situação financeira estivesse equilibrada. 

Essa medida, no entanto, não é exclusiva do prefeito de Patu. Diversos gestores em todo o Brasil tomaram atitudes semelhantes aos quais mostraremos a seguir:

São Miguel do Tapuio (PI):

A Imprensa veiculou no início do ano que o prefeito de São Miguel do Tapuio, Pompílio Evaristo (PSD), havia cancelado o Carnaval para equilibrar o orçamento e investir na área da saúde.

A decisão, comunicada por meio de nota nas redes sociais, alinha-se a uma política de contenção de despesas adotada pela gestão municipal e a uma recomendação do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PI).

Ourinhos, São Paulo

Em Ourinhos, interior de São Paulo, em meio a uma polêmica, o prefeito Guilherme Gonçalves—ex-catador de lixo antes de ingressar na política—anunciou o cancelamento da festa para destinar os recursos à compra de equipamentos de Raio-X, realização de 150 cirurgias eletivas e ampliação da farmácia da UPA municipal.

Cuiabá (MT)

Em Cuiabá, outro gestor, Abílio Brunini (PL), também de acordo com a imprensa nacional, optou por priorizar saúde e infraestrutura, suspendendo investimentos no Carnaval.

Sobre os recursos para áreas de necessidade como Saúde e Educação

Sobre o fato específico de uso de verbas para diferentes finalidades, cada gestor tem autonomia para avaliar a realidade e decidir o melhor para a sua cidade e, claro, sempre respeitando as regras orçamentárias e o Plano Plurianual (PPA), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA).

Em um caso específico, por exemplo, se o dinheiro do Carnaval vem do orçamento municipal e não está vinculado a uma destinação específica, a prefeitura pode redirecioná-lo para outras áreas.

Impactos de uma decisão como essa

1. Impacto Econômico Local

O Carnaval não é apenas uma festa, mas um motor econômico para muitas cidades, movimentando setores como turismo, alimentação, hospedagem e comércio. Municípios que cancelam o evento podem evitar gastos diretos, mas também perdem a arrecadação gerada por turistas e foliões. Em cidades que dependem fortemente do turismo, como Salvador e Recife, essa perda pode ser significativa. Já em locais menores, onde a estrutura para atrair turistas especificamente para o Carnaval não é tão consolidada, o impacto é muito menor.

2. Reação Popular e Política

Decisões como essa costumam gerar controvérsias. Para parte da população, o cancelamento do Carnaval representa responsabilidade fiscal e gestão eficiente. Para outra parte, é uma perda cultural e econômica. Em algumas cidades, isso pode influenciar a popularidade do prefeito e até mesmo comprometer sua reeleição.

Em locais onde o Carnaval não é uma tradição forte, a decisão pode ser bem aceita. Mas em cidades onde a festa faz parte da identidade cultural e do cotidiano econômico, o cancelamento pode gerar revolta e protestos. Um exemplo foi o caso do prefeito do Rio de Janeiro em 2017, Marcelo Crivella, que cortou investimentos públicos no Carnaval e enfrentou forte resistência da população e dos setores culturais.

3. Oportunidade para Modelos Alternativos

Uma solução intermediária seria buscar patrocínios privados para custear o evento, reduzindo o impacto nos cofres públicos. Cidades como São Paulo e Rio de Janeiro adotam esse modelo, com grandes marcas financiando parte dos desfiles e blocos.

Outra alternativa é a realização de um Carnaval mais modesto, com estrutura reduzida e eventos menores, permitindo que a festividade ocorra sem comprometer o orçamento municipal.

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Jornalismo de Opinião

O jornalismo de opinião é uma das inúmeras maneiras de praticar a verdade e destacar uma atitude sensata é um dos papéis como comunicador, trazendo uma voz ativa para boas práticas. Sobre os casos em questão, apesar de polêmicos, fica sempre a pergunta: Quem iria investir em um evento festivo sabendo que as finanças da sua cidade precisariam estar equilibradas?