Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) planejam concluir os julgamentos envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), militares e aliados até o primeiro semestre de 2025. O objetivo é evitar que os processos se arrastem para o período eleitoral de 2026. Segundo informações da Folha de S.Paulo, três ministros e auxiliares, sob anonimato, destacaram a necessidade de encerrar as ações no próximo ano para evitar discussões prolongadas.
Entre os membros da Corte, há consenso sobre a importância de oferecer uma resposta definitiva antes do próximo pleito presidencial. Caso sejam confirmadas condenações, a ideia é que o cumprimento das penas comece antes do início do processo eleitoral.
Relatório final da PF aponta trama golpista
A Polícia Federal (PF) concluiu, na última quinta-feira (21), as investigações sobre os planos de Bolsonaro e aliados para reverter o resultado das eleições de 2022. O relatório, com cerca de 800 páginas, foi enviado ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF, e recomenda o indiciamento de 37 pessoas por crimes como golpe de Estado, abolição violenta do Estado democrático de Direito e organização criminosa.
Agora, Moraes analisará o documento e o encaminhará à Procuradoria-Geral da República (PGR), que decidirá sobre a apresentação de denúncias.
PGR sem prazo para concluir análise
Auxiliares do procurador-geral Paulo Gonet informaram que ainda não há prazo para finalizar a análise do relatório. Segundo a coluna de Mônica Bergamo, o parecer da PGR deve ficar pronto apenas em 2025.
A equipe de Gonet avalia solicitar novas diligências à Polícia Federal, como em outras investigações relacionadas a Bolsonaro. Além disso, planeja integrar o relatório a outros casos sob investigação, como a venda de joias em benefício do ex-presidente e a falsificação de carteiras de vacinação. A análise conjunta, segundo a PGR, permitirá uma compreensão mais ampla dos fatos.
Detalhes do esquema golpista
De acordo com a PF, Bolsonaro participou de uma trama para impedir a posse do presidente Lula (PT). As investigações apontam que o ex-presidente apresentou aos chefes das Forças Armadas um plano de golpe de Estado, apoiado pelo então comandante da Marinha, almirante Almir Garnier, e pelos comandantes do Exército, general Freire Gomes, e da Aeronáutica, Baptista Júnior.
A investigação revelou também planos para assassinar Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes. O esquema, supostamente coordenado pelo general da reserva Mário Fernandes, foi abortado em 15 de dezembro de 2022, como indicam mensagens trocadas entre os envolvidos.
Entre os 37 indiciados, 25 são militares, incluindo sete oficiais-generais de alta patente, como Walter Braga Netto, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e Estevam Theophilo.
Com o caso agora sob análise da PGR, cresce a expectativa para o julgamento pelo STF, previsto para 2025.