Nome de Bolsonaro é citado 530 vezes em relatório da PF; ex-presidente nega envolvimento


O relatório da Polícia Federal (PF) sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado cita o nome do ex-presidente Jair Bolsonaro ao menos 530 vezes. O documento, divulgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (26), apresenta detalhes da investigação, incluindo acusações de que Bolsonaro teria atuado de forma direta e efetiva nos eventos investigados. Em resposta, o ex-presidente negou as alegações e afirmou que "a palavra golpe nunca esteve no dicionário".

Relatório da PF aponta participação de Bolsonaro

Conforme revelado pela PF, o relatório aponta que Bolsonaro "planejou, atuou e teve domínio direto sobre os atos executórios realizados pela organização criminosa que visava a concretização de um golpe de Estado". Apesar disso, Bolsonaro rejeitou as acusações, destacando que nunca discutiu a ideia de um golpe.

“É um absurdo o que estão falando. Nunca houve discussão de golpe da minha parte. Quem falasse comigo sobre isso ouviria: ‘E o dia seguinte? Como fica o país e nossa posição perante o mundo?’ Todas as medidas que tomei sempre foram dentro das quatro linhas da Constituição”, declarou o ex-presidente.

Ex-presidente critica a narrativa de golpe

Bolsonaro também criticou o conceito de golpe de Estado atribuído à investigação:
"Para haver um golpe de Estado, é preciso o apoio de todas as Forças Armadas. Não se faz isso em um domingo, em Brasília, com pessoas segurando bíblias, bandeiras do Brasil e estilingues. Essa narrativa não faz sentido. Não havia liderança nem coordenação", acrescentou.

Indiciamentos incluem Bolsonaro e aliados

O relatório resultou no indiciamento de 37 pessoas, incluindo Bolsonaro. Entre os crimes atribuídos aos investigados estão: abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado e participação em organização criminosa.

Lista dos principais indiciados:

  1. Jair Bolsonaro – Ex-presidente da República
  2. Mauro Cid – Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro
  3. Anderson Torres – Ex-ministro da Justiça
  4. Augusto Heleno – Ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional
  5. Paulo Sérgio Nogueira – Ex-ministro da Defesa
  6. Walter Braga Netto – Ex-ministro da Defesa e candidato a vice em 2022
  7. Valdemar Costa Neto – Presidente do PL
  8. Alexandre Ramagem – Deputado e ex-diretor da Abin
  9. Filipe Martins – Ex-assessor internacional de Bolsonaro
  10. Entre outros civis e militares de alta patente.

A investigação e seus desdobramentos

A divulgação do relatório reforça as tensões em torno das acusações contra Bolsonaro e seus aliados. A PF segue investigando os desdobramentos do caso, que pode trazer implicações políticas e jurídicas significativas. O ex-presidente continua negando qualquer envolvimento com os crimes citados e alega perseguição política.

Acompanhe as atualizações sobre o caso e entenda como os desdobramentos podem impactar o cenário político brasileiro.