Eita! Marte pode esconder um oceano em seu subsolo

Imagem: Pixabay

Marte pode estar extremamente úmido abaixo de sua superfície, com água suficiente escondida nas rachaduras das rochas subterrâneas para formar um oceano global, sugere uma nova pesquisa. As descobertas, divulgadas na segunda-feira (12), são baseadas em medições sísmicas realizadas pelo módulo de aterrissagem Mars InSight da NASA, que detectou mais de 1.300 marsquakes antes de ser desativado há dois anos.

Essa água, estimada entre 11,5 e 20 quilômetros de profundidade na crosta marciana, provavelmente se infiltrou da superfície há bilhões de anos, quando Marte tinha rios, lagos e possivelmente oceanos, conforme aponta o cientista principal Vashan Wright, do Instituto Scripps de Oceanografia da Universidade da Califórnia em San Diego.

Wright observa que a presença de água em Marte não implica a existência de vida. “Nossas descobertas indicam que há ambientes que podem ser habitáveis”, afirmou ele em um e-mail.

A equipe de Wright usou modelos computacionais e dados da InSight, como a velocidade dos terremotos, para concluir que a água subterrânea é a explicação mais provável.

Os resultados foram publicados na revista *Proceedings of the National Academy of Sciences*.

Se a localização da InSight em Elysium Planitia, próximo ao equador de Marte, for representativa do restante do planeta, a água subterrânea poderia formar um oceano global com cerca de 1 a 2 quilômetros de profundidade, segundo Wright.

Para confirmar a presença de água e investigar possíveis sinais de vida microbiana, seriam necessárias perfurações e outros equipamentos especializados.

Embora o módulo InSight não esteja mais em operação, os cientistas continuam analisando os dados coletados entre 2018 e 2022, em busca de mais informações sobre o interior de Marte.

Há mais de 3 bilhões de anos, Marte era um planeta com água em abundância. No entanto, acredita-se que a perda de água da superfície ocorreu devido à diluição da atmosfera, transformando o planeta no seco e poeirento deserto que conhecemos hoje.

Os cientistas teorizam que a maior parte dessa água antiga tenha escapado para o espaço ou permanecido enterrada no subsolo.