Morre o dono de uma das vozes mais marcantes do carnaval


O Brasil perdeu uma de suas vozes mais marcantes do Carnaval com o falecimento de Melquisedeque Marins Marques, carinhosamente conhecido como "Quinho do Salgueiro", aos 66 anos. O talentoso intérprete nos deixou na última quarta-feira (3), vítima de insuficiência respiratória decorrente de sua batalha contra um câncer de pulmão. Ele estava internado no Hospital Evandro Freire, na Ilha do Governador.

Quinho já estava afastado das festividades carnavalescas desde 2022, quando enfrentava um câncer de próstata. Apesar do afastamento, sua presença foi honrada durante o desfile de 2023 pelo carro de som batizado com seu nome, "Quinho do Salgueiro".

O Salgueiro, escola de samba à qual Quinho dedicou sua arte e paixão, expressou profunda tristeza em uma postagem nas redes sociais: "Quinho não era apenas um cantor, mas um poeta que traduzia em notas a essência da nossa escola." A nota da escola também destacou que ele personificou o espírito salgueirense, e sua ausência deixa um vazio indescritível.

A contribuição de Quinho para a história do Carnaval ficou marcada em 1993, quando ele liderou o coro da plateia da Sapucaí com o inesquecível samba-enredo "Peguei um ita no Norte", do Salgueiro, conhecido pelo emblemático trecho "Explode coração, na maior felicidade". Sua arte transcendeu o simples ato de cantar; ele incorporou a alma da agremiação em cada nota e ritmo.

A partida de Quinho deixa não apenas a comunidade do Salgueiro, mas todo o cenário do Carnaval, em luto. Seu legado perdurará como um testemunho do poder transformador da música e do impacto duradouro que um artista comprometido pode ter na cultura brasileira.