Imagem: Lula Marques (Agência Brasil)
O Exército Brasileiro afastou o tenente-coronel Mauro Cid de suas atribuições após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, validar o acordo de delação premiada entre o ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro e a Polícia Federal.
A delação premiada foi validada por Moraes no último sábado (9) e inclui várias condições para o ex-assessor, como perda da posse de arma, uso de tornozeleira eletrônica e restrição de saídas noturnas.
Moraes também concedeu liberdade provisória ao coronel, que estava detido desde maio no contexto das investigações sobre milícias digitais, bem como o caso das joias sauditas e a alteração de cartões de vacinação no Ministério da Saúde.
Com a delação validada, a Polícia Federal deve conduzir uma série de interrogatórios com o militar, que será obrigado a colaborar e não poderá permanecer em silêncio, como fez na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre atos golpistas.
Em troca, Cid poderá receber uma redução ou mesmo perdão de sua pena, se for condenado.
A expectativa é que Cid forneça informações relevantes para esclarecer escândalos
A expectativa na PF e em grande parte do cenário político é que Cid forneça informações relevantes para identificar os responsáveis e esclarecer o escândalo das joias do Governo Brasileiro vendidas no exterior, as fraudes nos cartões de vacinação de Bolsonaro e sua família, a suposta conspiração contra o sistema eleitoral e até mesmo a tentativa de golpe de Estado que o país enfrentou em 8 de janeiro de 2023.
Condições impostas por Moraes para a liberdade de Cid
As condições impostas por Moraes para a liberdade de Cid são as seguintes:
Uso de tornozeleira eletrônica e proibição de deixar a Comarca, sair de casa à noite e nos fins de semana.
Uso de tornozeleira eletrônica e proibição de deixar a Comarca, sair de casa à noite e nos fins de semana.
Afastamento das funções de oficial no Exército.
Obrigação de se apresentar semanalmente perante o Juízo da Execução da Comarca de origem.
Proibição de sair do país e cancelamento de todos os passaportes emitidos em nome do investigado.
Suspensão imediata do porte de arma de fogo, bem como das atividades de colecionador, tiro desportivo e caça.
Proibição de uso de redes sociais.
Proibição de comunicação com os demais investigados, com exceção de Gabriela Cid (esposa), Beatriz Cid (filha) e Mauro Lourena Cid (pai).