Fila e muita espera prejudicam pacientes para retirada de medicamentos psiquiátricos na Central do Cidadão


Imagem: Gustavo Brendo

Na manhã de ontem, quarta-feira (16), centenas de pacientes enfrentaram horas de espera em uma fila que se formou na Central do Cidadão do bairro do Alecrim, na Zona Leste de Natal. Eles buscavam retirar medicamentos de alto custo distribuídos pela Unidade Central de Agentes Terapêuticos (Unicat).

Para receber os medicamentos psiquiátricos, que são fornecidos gratuitamente pela unidade, foram disponibilizadas 200 fichas de atendimento. No entanto, apesar desse número, várias pessoas que estiveram no local não conseguiram obter seus remédios.

De acordo com o G1/RN, devido à demora no atendimento e ao número limitado de fichas, a população manifestou insatisfação com o serviço. Uma mulher chegou a desmaiar enquanto aguardava na fila após horas de espera.

"Estou aqui desde as 7h da manhã, vi pessoas desmaiando, passando mal. Todos estão aqui para receber remédios psiquiátricos, em uma situação desse tipo e sem assistência. Isso é desumano", afirmou Gláucia Carla, uma dona de casa presente na fila.

A falta de medicamentos por um longo período e a limitação no número de fichas distribuídas foram pontos recorrentemente levantados por aqueles que permaneceram horas na fila. "No caso do meu irmão, faz três meses que ele está sem remédio. Só entregaram 200 fichas e nem nos deixaram entrar. O remédio dele acabou e não sabemos o que fazer", relatou outra mulher presente na fila.

Mesmo as pessoas que tinham prioridade na fila enfrentaram dificuldades na obtenção de fichas. Iolanda Valdemir, auxiliar de serviços gerais e mãe de uma criança deficiente, esteve no local desde cedo, mas não conseguiu receber o medicamento necessário.

"Já gastei mais de 500 reais em remédios e ainda faltam dois. Agora, que chegaram, não posso pegar porque não consegui ficha. Além disso, estamos sem fraldas. E no final, como ele vai comer se o dinheiro não é suficiente?", questionou Iolanda.

Posição da Unicat Em uma nota conjunta, a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) e a Unicat explicaram que o fluxo intenso ocorreu devido à chegada de medicamentos que estavam em falta.

"Esses medicamentos eram aguardados há pelo menos 60 dias, o que causou um aumento significativo na demanda, temporariamente excedendo a capacidade de atendimento da unidade", afirmou a nota.

Diante dessa situação, a nota destacou que a Unicat aumentou a quantidade de atendentes na unidade do bairro do Alecrim e abriu um guichê extra para melhorar o atendimento. Além disso, a retirada dos medicamentos pode ser realizada ao longo da semana, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.