Com evolução do Room Office, São Paulo se prepara para novo perfil de visitante Profissionais que viajam sozinhos, acompanhados ou em família fora do período de férias são tendência no setor
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A cidade de São Paulo (SP) é conhecida pela infitidade de possibilidades em relação ao comércio, negócios em geral e turismo. A palavra Business é um forte naquela que é conhecida como a "Nova York do Brasil". Embora alguns façam essa classificação podemos arriscar dizer o contrário: Nova York é a "São Paulo" dos EUA, afinal, são mais de 12 milhões de habitantes da cidade que é capital do estado de São Paulo, contra pouco mais de 8 milhões da americana.
Sem comparações
Saindo um pouco do senso comum e para evitarmos comparações o que podemos afirmar é que o potencial econômico da cidade, evidente nas grandes construções e empreendimentos, traz consigo uma plularidade de negócios que tem suas próprias características.
Um novo normal
Desde que foi iniciada a pandemia a cidade vem enfrentando muitas mudanças. A city que não pode parar, por vezes teve que se reinventar e se adaptar à nova realidade. A vantagem é que São Paulo, por ter um perfil eclético e mutável de business se reinventa todos os dias e redescobre seu potencial. Muitas empresas tiveram que restabelecer metas e com criatividade se destacar no mercado.
Com pandemia da COVID-19, 46% das empresas nacionais adotaram o modelo de trabalho à
distância, de acordo com a FIA, Fundação Instituto de Administração, resultando, conforme
aponta o IBGE, em cerca de 9 milhões de brasileiros que executaram suas tarefas profissionais
em casa durante o ano de 2020. O salto tecnológico para reuniões virtuais, a partir de
plataformas como o Zoom, Google Meets e Microsoft Teams, uso de ferramentas digitais de
gestão de equipe e utilização de armazenamento de arquivos em nuvem, permitiu que as
empresas, mesmo com o fim da pandemia, mantivessem o trabalho remoto com seus times,
uma vez que se registra economia em custos de escritório sem impacto direto nas entregas.
A crise impactou todos os setores de economia - e com o turismo não foi diferente. Em São
Paulo, os hotéis, desde o início, foram considerados como serviço essencial, possibilitando a
manutenção da operação. Mas, com os demais estabelecimentos fechados e pessoas isoladas
em suas casas, como obter uma taxa de ocupação que justificasse a abertura?
Entre as diversas ações propostas que gerassem uma nova fonte de recurso, surgiu o Room
Office, no qual quartos de hotéis passaram a ter a configuração de escritórios, com mesa,
telefone e internet de maior qualidade, além de contar com toda a estrutura e serviços
reconhecidos da hotelaria. Entretanto, durante o período mais rigoroso da flexibilização em São
Paulo, os meios de hospedagem da capital registraram baixos níveis de ocupação, uma vez que
o destino tem, por vocação, o turismo de negócios e eventos, esses, em sua grande maioria,
suspensos.
Entretanto, com o avanço da vacinação, aprimoramento dos protocolos de saúde, higiene e bem
estar, queda no número de casos, internações e óbitos, e abertura gradativa da economia, já se
percebe a evolução do Room Office, se unindo a outras tendências, como o Anywhere Office e
o Resort Office, dando luz a um novo perfil de viajante: profissionais que se estabeleceram bem
no trabalho remoto e que não necessariamente precisam executar suas tarefas de casa. Ou seja,
um viajante que busca um hotel para mudança de ambiente do dia a dia, podendo, em suas
horas livres, aproveitar sua estadia, piscina, spa, academia e mais, além da gastronomia, agenda
cultural, compras e passeios nos arredores.
Esse viajante pode explorar sua experiência sozinho, acompanhado ou em família.
“Este novo turismo de negócios, pago pela pessoa física que busca um ambiente diferenciado
para o trabalho, impacta em como estudávamos o setor, pois suas viagens não são
necessariamente de temporada, podendo pulverizá-las por todo ano e durante dias úteis, tendo,
assim, um valor diferenciado para as diárias; extensão da estadia por um maior período,
incrementando a economia do destino; e aproveitando todas as adaptações que os hotéis
executaram no último ano. Este movimento se torna ainda mais relevante frente a um momento
em que as reuniões presenciais de negócios e eventos como feiras e congressos ainda não
retornaram de forma consistente”, explica Toni Sando, Presidente Executivo do São Paulo
Convention & Visitors Bureau (SPCVB), entidade privada, sem fins lucrativos, que atua na
captação e apoio a eventos para São Paulo.
Fernando Guinato, Gerente Geral do Sheraton SP WTC, detalha que a hotelaria realizou
adaptações que tanto atuam com um novo público de lazer, inédito para São Paulo, quanto para
o laboral. “São Paulo é um destino de entretenimento e cultura enorme, mas que acabava se
tornando mais conhecido pelos negócios e eventos. Entretanto, essa ‘descoberta’ do turismo de
lazer na capital já vinha se desenvolvendo antes da pandemia, mas que foi revelada com mais
intensidade com o crescimento das viagens de curta distância ou a necessidade de aproveitar o
próprio destino em que reside aos finais de semana. Por outro lado, houve também uma
transformação nos serviços oferecidos ao hóspede que precisa cumprir com suas obrigações,
entregas e reuniões virtuais durante sua estadia”, conta.
O presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR), Eduardo Sanovicz, destaca
que a aviação está preparada para atender os viajantes de negócios que desejam explorar o
potencial e a infraestrutura de São Paulo para reunir trabalho a distância e lazer.
“A pandemia aprimorou uma vocação natural das companhias aéreas, a de intensificar a
segurança sanitária a bordo dos aviões para que a viagem se torne a melhor experiência possível.
Assim, os turistas de negócios e seus familiares ou amigos podem aproveitar o que há de melhor
na oferta cultural, gastronômica e de entretenimento em São Paulo”, disse Sanovicz.
De acordo com o Barômetro Visite São Paulo de julho, pesquisa mensal do SPCVB realizada com
os membros dos Conselhos de Administração, Consultivo e Curador, mais de 80% dos
empresários e líderes do setor apontam que irão manter o sistema de trabalho home office,
ainda que parcial e com encontros presenciais estratégicos, mesmo superada a crise.
“São Paulo é um destino único. Tanto os moradores quanto viajantes de todo o País que vierem
para a capital paulista para trabalhar de forma remota, poderão aproveitar os atrativos e
atrações que apenas uma metrópole pode oferecer, com restaurantes renomados com culinário
do Brasil e do mundo, retorno dos espetáculos e shows ao vivo, museus, compras em ruas
especializadas e shopping center e muito mais”, finaliza Toni Sando.