Congresso de Geriatria e Gerontologia da SBGG reúne profissionais nacionais e internacionais


O Brasil é um dos países com a maior população idosa do mundo, tendo cerca de 30 milhões de pessoas com 60 anos ou mais e expectativa de que a população ultrapasse os 73 milhões de idosos até 2060 - segundo dados do IBGE. Neste contexto é importante debater os assuntos relacionados ao envelhecimento. Pensando nisso é que a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), realizou nos dias 4, 5 e 6 de março o 22º Congresso Brasileiro de Geriatria e Gerontologia(CBGG), que neste ano, devido à pandemia, foi realizado de maneira online.

A comunidade científica, estudantes, médicos, especialistas em geriatria e outros profissionais de saúde tiveram acesso a um conteúdo de alta qualidade no congresso que abordou temas relacionados às escolhas sensatas e a qualidade assistencial, bem como assuntos mais relevantes inerentes à pessoa idosa, como o papel das tecnologias no cuidado aos mais velhos e o idoso no centro do cuidado, respeitando as suas individualidades e suas escolhas, como explicou o Diretor Científico da SBGG, Dr. Renato Bandeira de Mello.

O Congresso contou com profissionais brasileiros e internacionais, de países como Estados Unidos, Canadá, Itália, Argentina e Uruguai, discutindo, também, os impactos da COVID-19 nas ILPIs, as instituições de longa permanência para idosos. Entre os temas, destacam-se: ILPI na pandemia do COVID-19: assuntos em alta na sociedade e na imprensa.

Entre as modalidades de exposição, os participantes tiveram acesso a mini-conferências, mesas redondas e rodas de conversa. Nas mini-conferências a temática da telemedicina foi colocada em pauta com a apresentação do caso da Telegero que completa 15 anos em geriatria e gerontologia que é uma iniciativa criada para congregar centros de ensino e pesquisa de todo o país para discutir o envelhecimento humano, bem como capacitar e atualizar profissionais ligados às áreas de geriatria e gerontologia, onde são realizadas mensalmente teleconferências entre instituições de ensino e pesquisadores. Neste mesmo viés foram explanados as últimas ações em telemedicina ligada à área de Geriatria.

A temática da situação dos idosos no Brasil também recebeu destaque no CBGG, bem como o papel do sono na memória e envelhecimento. Nas mesas redondas os participantes puderam se atualizar sobre os estudos epidemiológicos acerca do envelhecimento; osteoporose; tratamento farmacológico das demências; tratamento com antidepressivos em neuropsiquiatria geriátrica, entre outros. Também foi debatido sobre o que é preciso fazer em caso de idoso com deficiência intelectual e o estigma da velhice e da longevidade.

Pandemia e Atendimento ao Idoso

O momento ao qual o mundo está enfrentando, principalmente devido às dificuldades enfrentadas no atendimento domiciliar a idosos que são considerados grupo de risco na covid-19, a dinâmica das ILPIs no período pandêmico e todos os cuidados inerentes a esta nova perspectiva foram amplamente discutidos no CBGG.

Carência de profissionais

Apesar de ter uma população crescente de idosos, o Brasil ainda carece de profissionais especializados para tratar de temas como os já mencionados. Segundo dados do Conselho Federal de Medicina (CFM), apenas na área médica, há 1.817 geriatras registrados, a maior parte (60%) na região sudeste. Sendo que há um geriatra para cada 16.511 idosos, índice muito abaixo do preconizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de um especialista para cada mil idosos. “O geriatra é o especialista no envelhecimento humano e está capacitado para atender desde o idoso mais independente e com plena capacidade física e cognitiva até pacientes acamados ou que precisem de cuidados paliativos”, explica o Dr. Renato Bandeira de Mello, que complementa: “O Congresso cumpre o papel de atualizar os profissionais da área e contribuir com a formação de novos especialistas”.

A tendência é que essa lacuna cresça nos próximos anos, também com relação aos profissionais de outras áreas, especialistas em Gerontologia. “As mudanças demográficas que aconteceram nas últimas décadas, especialmente a rapidez do envelhecimento populacional, impõem à sociedade medidas estratégicas para entender esse fenômeno. E são os especialistas que podem ajudar a compreender os cuidados necessários aos idosos, o envelhecimento ativo e saudável e outras questões relacionadas à velhice”, diz a especialista em gerontologia e presidente do departamento de Gerontologia da SBGG, Vania Herédia.

A SBGG

Sobre a SBGG A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), fundada em 16 de maio de 1961, é uma associação civil sem fins lucrativos que tem como principal objetivo congregar médicos e outros profissionais de nível superior que se interessem pela Geriatria e Gerontologia, estimulando e apoiando o desenvolvimento e a divulgação do conhecimento científico na área do envelhecimento. Além disso, visa promover o aprimoramento e a capacitação permanente dos seus associados.

Por Willen Benigno de Moura - Editor de Saúde | Com informações da Assessoria de Imprensa da SBGG