Por Willen Moura
Nos dias 04 e 05 de dezembro a ASBAI, Associação Brasileira de Alergia e Imunologia, promoveu o XI Simpósio Internacional de Alergia Alimentar Girassol, que neste ano foi totalmente online, inspirado no consagrado evento que ocorreu de 2009 a 2017 pelo Instituto Girassol.
O objetivo do Simpósio, que é disseminar conhecimento de qualidade sobre uma das doenças mais emergentes nas últimas décadas sempre é atingido. Para ter uma idéia, a edição de 2019 refletiu a repercussão do Simpósio entre profissionais de diferentes especialidades e regiões do Brasil.
A programação de 2020 incluiu atualizações nos diferentes âmbitos da alergia alimentar. Especialistas com vasta experiência no assunto abordaram situações complexas e comuns na prática clínica, discussão de casos clínicos e atualização no diagnóstico e tratamento. Os convidados internacionais estiveram online, estreitando laços entre os serviços do Brasil e do mundo e compartilhando informações e dúvidas.
No primeiro dia(04) foram discutidas atualizações sobre o diagnóstico e manejo da Esofagite Eosinofílica(EoE), realizada pela Dra. Mirna Chehade (Mount Sinal Medical School – NY/EUA) e moderação de Renata Rodrigues Cocco – (FICSAE), onde a especialista destacou o uso do EndoFLIP na complacência esofágica, tendo um valor prognóstico potencial para os pacientes; mencionou a análise transcriptômica para avaliar achados eosinofílicos sendo potencialmente util para correlacionar genes desrregulados com tipos fenótipos da EoE.
“Estamos encontrando um número crescente de pacientes com EoE e um subconjunto que sofre com comorbidades alérgicas e os pacientes vem ao consultório por causa de outras comorbidades e é importante fazer uma triagem e entender as relações com as faixa etárias”, disse Mirna. Segundo Dra. Mirna, os Inibidores da Bomba de Prótons (PPI) tem uma função de tratamento e não mais somente de análise e estão sendo desenvolvidos testes menos invasivos com objetivo de diminuir as endoscopias nestes paciente, onde se está preparando o caminho para tratamentos mais personalizados e obtendo os melhores resultados possíveis.
Também foi discutida em mesa redonda as dificuldades práticas com o paciente alérgico a alimentos, onde destacaram temas como a Alergia alimentar em adultos e vacinas que merecem cuidados.
Já no sábado(05) as mesas redondas deram muito impacto ao evento onde foi discutido o “Manejo terapêutico na Alergia Alimentar”, com destaque aos temas: “Tratamento nutricional em lactentes com FPIES”; “Diferenças na condução de alergias mediadas e não mediadas por IgE” e uma parte especial sobre Imunobiológicos, onde foram apresentadas novas perspectivas. Além dessas discussões no período da tarde as mesas redondas foram pautadas em temas como: “A hidratação precoce minimiza o aparecimento de alergia alimentar: mito ou fato? por Renata Rodrigues Cocco (FICSAE); “Análise crítica das evidências: LEAP, EAT, Health nuts e outros”, por Fabiola Isabel Suano Souza (UNIFESP) e “Orientação guias alimentares nacionais e introdução de alimentos no primeiro ano de vida, por Roseli Oselka Saccardo Sarni (FMABC).
Alguns parceiros se fizeram presentes com espaço no evento como é o caso do Simpósio Satélite Thermo Fisher - Novidades no diagnóstico de alergia a amendoim e castanhas e o parceiro Danone com o tema: “Simpósio Satélite Danone - Alergia à proteína do leite de vaca persistente em crianças: Repercussões nutricionais e clínicas”.
Em resumo o evento foi um verdadeiro sucesso e o Diário Potiguar e Saúde Today estiveram cobrindo. O objetivo do Simpósio de disseminar conhecimento de qualidade foi atingido, trazendo, na ocasição, conteúdos altamente relevantes e atualizados sobre temas relacionados à alergia alimentar que é uma das doenças mais emergentes nas últimas décadas.