A amamentação proporciona um alimento natural, de baixo custo, acessível e deve acontecer sob livre demanda, orienta especialista
Conhecido como Agosto Dourado, o mês atual é símbolo da luta pelo incentivo à amamentação. Mas, por que o aleitamento materno é tão importante para a criança? Esta é uma pergunta que muitas futuras mamães se fazem. Segundo a nutricionista Thaís Araújo, professora da Estácio Natal, o leite materno além de alimentar, fornece os nutrientes necessários para a proteção imunológica do bebê - tão importante, principalmente neste período de pandemia.
“Por meio do leite materno o bebê recebe os anticorpos da mãe, que o protegem contra diversas doenças, inclusive respiratórias. Amadurece o sistema digestivo e imunológico, equilibra a microbiota intestinal, entre outros benefícios”, expõe a professora. Ela acrescenta ainda que o risco de diarreias, asma e obesidade é menor nas crianças amamentadas.
Um estudo realizado pela Escola de Medicina da Universidade Jikei, no Japão, publicado recentemente, envolvendo 312 recém-nascidos, demonstrou que o risco de sensibilização ao leite de vaca (alergia alimentar IgE mediada) foram diminuídos ao evitar a suplementação com a fórmula do leite de vaca durante pelo menos os primeiros três dias de vida. “Infelizmente é rotina nas maternidades e muitas vezes as mães nem ficam sabendo que seus bebês receberam esse complemento com leite de vaca”, comenta.
Amamentar exige desafios, mas o leite materno é um alimento natural, de baixo custo, acessível para todos, além de estimular a cognição do bebê e deve acontecer sob livre demanda, orienta a especialista.
É preciso destacar ainda que a alimentação adequada da mãe também influencia diretamente na nutrição do leite que produz, consequentemente na saúde do bebê. “Por isso, desde a gestação, a mãe deve procurar ajuda de um profissional para a escolha de uma dieta rica em alimentos que vão contribuir para sua nutrição e ajudar inclusive no desenvolvimento cognitivo do bebê. Frutas, verduras, peixes, ovos, algas, oleaginosas e nutrientes considerados essenciais como vitamina D, magnésio, inositol, colina, ácido fólico, e vitaminas do complexo B, que precisam ser ajustados para o binômio mãe/bebê”, explica.