“O mercado está quase entrando em pânico e caindo na realidade sobre o tamanho do buraco”
A reabertura dos comércios em diversos países trouxe ânimo para os investidores do mundo todo. No entanto, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os registros de infectados e mortos aumentaram. Ao todo, o mundo já registra mais de 9,5 milhões de casos do novo coronavírus (covid-19) e 482 mil óbitos. A nova marca é puxada pelos Estados Unidos e pelo Brasil, que juntos somam 37% do total, somando mais de 3,3 milhões de casos. Sendo ambos, os países mais afetados pela pandemia. Além disso, domingo, 21, segundo a OMS, foi registrado um novo recorde de infecções por dia, sendo 183.020 infecções em 24 horas.
Jefferson Laatus, Estrategista-Chefe do Grupo Laatus, esclarece que se a 2ª onda acontecer, poderá gerar estragos imensuráveis. "O mercado está quase entrando em pânico e caindo na realidade sobre o tamanho do buraco e sobre as questões de preocupações da onda 2 e do quanto ela poderia ser prejudicial para toda a economia global. Vale lembrar que, na onda 1, Bancos Centrais gastaram o que podiam e o que não podiam para poder conter a pandemia acreditando que ela passaria logo, e ela está se estendendo por muito mais tempo. Países que reabriram suas economias estão começando a sofrer com o aumento do número de casos, principalmente os EUA. Então essa é a grande preocupação do mundo e é isso que está fazendo esse peso no mercado, o que pode fazer estragos imensuráveis. Se fizermos uma análise um pouco mais profunda de como estão as economias, como estão as empresas, a situação está bem complicada. Todo mundo vivendo a base de estímulo, e estímulo não dá para carregador por muito tempo. Nenhuma economia aguenta ficar só injetando estímulo. Então, a economia precisa voltar e a nova onda do coronavírus preocupa muito justamente por isso".
Daniela Casabona, Sócia-Diretora da FB Wealth explica que devido a chance da 2ª onda do covid-19 o mercado está reagindo. “Já estamos acompanhando uma grande chance de 2ª onda no mundo com aumento de número de casos no Japão e na Alemanha, e forte expectativa da nova onda dos EUA. Com isso, o mercado volta a ter forte aversão a risco puxando todas as bolsas pra baixo, para o Brasil a aversão a risco fica ainda mais evidente uma vez que quando esse movimento acontece os países emergentes sofrem ainda mais com esse impacto”.
Para Fabrizio Gueratto, Financista do Canal 1Bilhão Educação Financeira, se acontecer uma outra onda do vírus, a queda dos mercados pode ser ainda maior. "É um risco real, tendo em vista que diversos países que conseguiram conter o elevado número de mortes, abriram os seus comércios para a economia voltar a girar. Se a segunda onda for realmente forte, ou se um vírus com mutação começar a circular, existe inclusive a possibilidade de a queda dos mercados pode ser ainda maior do que a primeira", explica.
O Economista-Chefe da Nova Futura Investimentos, Pedro Paulo Silveira, acredita que uma segunda onda de covid-19 pode levar a um novo fechamento da economia. “Gerando fortes custos econômicos e, com isso, trazendo dificuldades ainda maiores para a recuperação econômica em todo mundo. Ainda existe a possibilidade de que o mercado tenha maior receio em relação aos mercados de ações. Assim, caso isso se conclua, uma alternativa para investimentos em mercados de ações volta a ser a busca por ativos com menor risco sendo evidenciado por bons dados referentes ao endividamento e setores anticíclicos”, finaliza.
Editor local de Direito e Economia: Ivo Cirino de Moura