'Sabemos do risco, mas é uma escolha de vida', diz médico que teve colação de grau antecipada para atuar contra a Covid-19 no RN
Frase é do Médico recém-formado Vinícius Paganini que teve colação de grau adiantada para atuar contra a Covid-19 no RN
Foto: Arquivo pessoal
O médico recém-formado Vinícius Paganini, de 27 anos, teve a colação de grau adiantada na Universidade Federal do Rio Grande do Norte para atuar contra a Covid-19. Paganini deve começar na próxima semana o trabalho, no interior potiguar, e afirma que encara a situação como uma “boa oportunidade” para ajudar. “Sabemos do risco, mas é uma escolha de vida”, diz.
Vinícius Paganini faz parte da turma de Medicina da UFRN, em Natal, que colou grau no dia 16 deste mês. A colação, que ocorreu de maneira individual e online, aconteceu antes do prazo previsto, por causa da pandemia. Até a última segunda-feira (20), o total de 82 estudantes da área médica receberam diploma na instituição.
A antecipação atende à portaria do Ministério da Saúde que autoriza o procedimento, como uma das medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública por causa do novo coronavírus.
Vinícius Paganini conta que ele e os colegas já tinham a intenção de trabalhar nos hospitais durante a pandemia. Mas, restando algumas semanas para a conclusão formal do curso, estavam impedidos.
“Agora vamos poder retribuir o que nos foi dado da universidade. É uma oportunidade única. Quando a gente escolhe o curso, temos a intenção de ajudar as pessoas, de ter um trabalho social aliado ao profissional. Agora vamos ter essa oportunidade”, afirma.
Até o fim de semana, Vinícius deve firmar contrato com alguma cidade do interior do estado para, na segunda-feira (4), começar a trabalhar. “No meu caso, escolhi o interior porque prefiro morar por lá e, nesse momento, por estarem precisando mais. Em Natal, a rede básica de saúde tem médico, já no interior a falta está enorme”, justifica.
Vinícius Paganini tem feito cursos com professores e também o treinamento do Ministério da Saúde sobre a Covid-19. “Um vírus novo, que não tivemos contato na graduação. Então precisamos desses treinamentos, para estar mais informados e poder atuar da melhor maneira”, explica.
Quanto ao medo de enfrentar essa doença ainda desconhecida, o médico diz que o desejo de contribuir para a saúde pública é maior que o temor. “Todo profissional de saúde, quando escolhe a área, sabe que pode acontecer uma situação como essa. Então vamos em frente. Espero poder ajudar o máximo de pessoas”.
Do G1 RN