Ministro acusa ex-presidente de violar a Lei de Segurança Nacional por afirmar que Bolsonaro governa para milicianos
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é alvo de um inquérito aberto pela Polícia Federal para investigar declarações que ele fez em novembro do ano passado. A investigação foi aberta a pedido do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, que acusa Lula de violar a Lei de Segurança Nacional por afirmar que Bolsonaro governa para milicianos. O petista foi ouvido em Brasília, nesta quarta-feira (19). As investigações correm em sigilo.
Lula prestou depoimento no posto da PF no Aeroporto de Brasília. Ao ser concluído, o inquérito pode ser enviado ao Poder Judiciário, caso ocorra indiciamento. As declarações do ex-presidente que motivaram o ato de Moro, ocorreram no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Paulo, após ele ser libertado da prisão.
“Tem gente que fala que tem de derrubar o Bolsonaro. Tem gente que fala em impeachment. Veja, o cidadão foi eleito. Democraticamente, aceitamos o resultado da eleição. Esse cara tem um mandato de quatro anos. Mas ele foi eleito para governar para o povo brasileiro, e não para governar para os milicianos do Rio de Janeiro”, declarou Lula na ocasião.
Na tarde de ontem, quarta-feira (19), Lula prestou depoimento na Justiça Federal de Brasília, no processo relacionado a edição da medida provisória 471, que estendeu benefícios fiscais para montadoras. Ele é acusado de receber propina para enviar o texto ao Congresso.
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, criticou a abertura de investigação sobre as declarações de Lula. "Usar uma lei do regime militar para cercear a liberdade de expressão de um ex-presidente da República. Ele fazia um comentário político. Moro acusa Lula de ofender a honra do presidente Jair Bolsonaro, já temos ai um erro jurídico, pois esta lei não trata disso. Por que essa lei não foi usada quando o filho do presidente falou que bastaria um cabo e um soldado para fechar o STF? Vai ser usada contra o general Heleno que falou em chamar o povo para ir contra o Congresso?", disse.
Do ESTADO DE MINAS (EM)