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O Ministério da Agricultura confirmou ontem (3) a suspensão temporária de certificados sanitários para a exportação de carne bovina para a China. A medida ocorre após a notificação de ocorrência de um caso de Encefalopatia Espongiforme Bovina, também conhecida como mal da vaca louca, no Mato Grosso. O registro da doença foi informado na última sexta-feira (31) e, de acordo com a pasta, trata-se de uma ocorrência isolada e sem risco para a população. De acordo com a pasta, a suspensão automática atende a um protocolo entre os dois países assinado em 2015. O ministério explicou que não se trata de uma proibição, pois sem o certificado não pode ser feita a exportação.
"No caso da China, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil suspendeu temporariamente a emissão de certificados sanitários até que a autoridade chinesa conclua sua avaliação das informações já transmitidas sobre o episódio, cumprindo-se, assim, o disposto no protocolo bilateral assinado em 2015", informou a pasta, em nota.
Ainda segundo o governo brasileiro, a Organização Internacional de Saúde Animal (OIE), após análise da ocorrência, manteve inalterado o status sanitário do Brasil, que segue como de "risco insignificante" para a doença.
Segundo a Secretaria de Defesa Agropecuária do ministério, o caso foi registrado numa vaca de corte de 17 anos. O animal foi abatido e teve o material de risco de contaminação retirado e incinerado no próprio matadouro. Os produtos derivados da vaca foram identificados e apreendidos preventivamente.
Com as medidas preventivas tomadas, a pasta descartou o risco de a doença passar para a população porque não houve ingresso de nenhum resíduo do animal na cadeia alimentar de humanos e de ruminantes. Todos os países importadores do produto brasileiro também foram informados.
As exportações de carne bovina para os demais países não foram afetadas. O acordo de suspensão temporária é específico com a China.
Sobre a doença
Doença cerebral em bovinos adultos que pode ser transmitida aos seres humanos pela ingestão de carne contaminada, o mal da vaca louca é causada por proteínas alteradas e não tem cura nem tratamento. O cérebro das vítimas perde massa e torna-se uma esponja, com o paciente sofrendo acelerada deterioração mental e entrando em coma em poucos meses. Não existe transmissão de uma pessoa para outra.
No fim dos anos 1990, alguns países da Europa enfrentaram um surto de casos de vaca louca por causa do consumo, por outros animais, de ração processada de bovinos afetados pela doença.
Edição: Fábio Massalli | Agência Brasil