Criado por alunas de Nutrição e nutricionistas da USP, Nutricare indica se jovens e adultos estão no peso ideal e se apresentam fatores de riscos
Tela do aplicativo Nutricare criado por alunas da USP – Foto: Reprodução/Nutricare
Fazer sua própria avaliação nutricional pelo celular. O aplicativo criado por estudantes de Nutrição e nutricionistas da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, em São Paulo, é voltado a adultos e idosos. O usuário pode realizar suas próprias medições corporais e fazer o controle da saúde mais facilmente. O Nutricare indica se o usuário está acima ou abaixo do peso e se apresenta fatores de risco para complicações metabólicas, como diabete e doenças cardiovasculares.
O app é baseado em quatro índices nutricionais: IMC (Índice de Massa Corporal), IAC (Índice de Adiposidade Corporal), CC (Circunferência da Cintura) e RCQ (Relação Cintura-Quadril). A partir de medidas como altura, peso e circunferência da cintura e do quadril, ele reúne as informações do usuário, cruzando os valores e comparando com dados preestabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Há um link para fazer o download e imprimir em papel A4 a fita métrica (para medir a circunferência da cintura e do quadril) e o estadiômetro (para medir altura) – tudo para facilitar que o usuário faça suas próprias medidas sem necessidade de aparelhos e objetos muito específicos. “A pessoa vai precisar da fita e do estadiômetro, disponível no próprio aplicativo, e uma balança. São equipamentos bem simples”, ressalta Mariane Helen de Oliveira, uma das idealizadoras do projeto e doutoranda do Programa de Nutrição e Saúde Pública da FSP. O NutriCare também oferece instruções de como realizar as medidas, com imagens e texto explicativo.
Ele está disponível apenas para dispositivos Android e qualquer pessoa pode baixá-lo gratuitamente. Como ainda passa por fase de testes, não está disponível na loja de aplicativos. Para baixá-lo, basta enviar um e-mail para celanpop@gmail.com requisitando o envio. “Pretendemos disponibilizar para a loja de aplicativos assim que finalizarmos os testes”, conta Ingrid Brandimiller Gottsfritz, aluna do segundo ano do curso de graduação em Nutrição e também idealizadora do projeto.
Desde o último levantamento, não houve nenhum retorno negativo dos usuários com relação a possíveis defeitos. O usuário pode indicar problemas e novas sugestões na própria plataforma.
Todo o aplicativo foi montado em cima de uma plataforma de blocos atualmente mantida pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT), o MIT App Inventor 2. Por ser uma ferramenta em blocos, não possui uma linguagem de programação muito específica, tornando todo o processo de criação mais intuitivo. O roteiro da ferramenta foi desenvolvido por Yuri de Paula Castro, colaborador do projeto e amigo de Mariane. O trabalho foi orientado pelo professor Wolney Lisboa Conde, coordenador do Laboratório de Avaliação Nutricional de Populações (Lanpop).
O Nutricare foi criado pela equipe de Cultura e Extensão do Lanpop, que ainda conta com Larissa Novais da Silva Lopes e Luiza Lujan São João..
As idealizadoras do Nutricare, Ingrid, Larissa, Mariane e Luiza – Foto: Divulgação/FSP
Entre os próximos passos do grupo está incrementar a ferramenta com um serviço de probabilidade de risco para doenças crônicas. “Vamos começar a trabalhar nesses cálculos para programá-lo no aplicativo e ser um diferencial.” Com isso, além da pessoa ter um diagnóstico, ela vai saber (caso permaneça nesta situação) qual seu risco de ter alguma doença ou como o risco aumenta para determinadas enfermidades.
Além disso, também estão trabalhando na segunda parte do NutriCare: fazer o diagnóstico em crianças, o que é mais complicado e demanda mais trabalho. Isso porque, no caso infantil, é necessário calcular valores mensais. Com isso, a computação de dados é maior.
O aplicativo foi apresentado no Nutrition 2019, congresso internacional realizado anualmente nos Estados Unidos, entre 8 e 11 de junho, em Baltimore. O Nutrition é um importante congresso na área da nutrição da Sociedade Americana de Nutrição.
Por Maria Paula Andrade | Jornal da USP
Editor Local: Willen Moura
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