Recomenda-se que, ao realizar o tratamento com antibióticos, outros métodos contraceptivos sejam utilizados
Imagem: Editora Sanar |
O primeiro boletim Pílula Farmacêutica desta semana fala sobre a diminuição da eficácia de anticoncepcionais pelos antibióticos e porque isso acontece.
Os antibióticos, medicamentos usados para combater infecções, destroem a microbiota intestinal, mais conhecida por flora bacteriana, e ela é de suma importância para o anticoncepcional surtir os efeitos desejados.
Algumas dessas bactérias que habitam o intestino são responsáveis pela reativação do estrogênio, hormônio cuja ação está relacionada com o controle da ovulação. Isso ocorre porque a pílula vai para o estômago e é absorvida pelo trato gastrointestinal; depois disso, cai na corrente sanguínea, indo para o fígado, órgão responsável pela metabolização do remédio.
Assim, sem o trabalho das bactérias não há a produção da enzima que reativa o estrogênio, que acaba sendo eliminado do corpo e, dessa forma, a mulher pode ficar “desprotegida” e engravidar.
Ao realizar o tratamento com antibióticos, recomenda-se que, mesmo tomando a pílula diariamente, deve-se usar um método anticoncepcional de barreira, como uso de preservativos, e continuar utilizando por pelo menos uma semana após a interrupção do remédio.
Por Luciano Filho | JORNAL DA USP