Levantamento constatou que cerca de 9% da população brasileira sofre com a doença
Foto: Pedro Bolle/USP Imagens
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o país mais ansioso da América Latina. Mas não apenas no Brasil, pois a doença acomete pessoas no mundo inteiro. Cerca de 33% da população mundial sofre de ansiedade. Segundo Luiz Vicente Figueira de Mello, psiquiatra e supervisor do Programa de Ansiedade do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, a ansiedade é um comportamento natural. O problema surge quando essa condição passa a interferir na vida do indivíduo. “O que nós chamamos de transtorno de ansiedade é quando ela interfere nas nossas vidas, causando sintomas como taquicardia, sudorese, tremores, dores musculares, mal-estar, uma preocupação excessiva, insônia” explica o doutor.
Há diferentes tipos de ansiedade, como o transtorno de pânico, a ansiedade generalizada, a ansiedade fóbica-social e fobias específicas. Ainda segundo Figueira de Mello, os estudos mostram que a maioria das pessoas que desenvolvem ansiedade patológica já apresenta uma certa predisposição, podendo ser tanto genética quanto constitucional.
De acordo com Laura Carmilo Granado, psicóloga e pesquisadora do Instituto de Psicologia da USP, a predisposição à ansiedade envolve tanto condições biológicas quanto as de vivência de uma pessoa. Contudo, ela não elimina a possibilidade de qualquer pessoa desenvolvê-la, caso passe por situações traumáticas. Para ela, esse tipo de transtorno está diretamente ligado à situação de desamparo. “O indivíduo se sente tão desamparado quanto ele era quando recém-nascido” explica a psicóloga.
Figueira de Mello também destaca que a doença pode se tornar extremamente restritiva para a vida do paciente, e que, aos sinais dos primeiros sintomas, deve-se procurar um profissional para avaliação.
Por Maria Paula Andrade | JORNAL DA USP