Novembro Azul vai além da prevenção ao câncer de próstata

Urologista diz que os homens ainda precisam se conscientizar da importância de ir ao médico regularmente
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Imagem: TCM 10

Em 2003, dois australianos se inspiraram numa campanha de prevenção de câncer de mama e resolveram fazer algo que chamasse a atenção para a saúde do homem. Resolveram resgatar do passado o hábito de crescer o bigode e o associaram com saúde do homem e câncer de próstata. Esse movimento mundial, o Novembro Azul, conta com mais de 5 milhões de homens em 21 países que até hoje vêm financiando mais de 1.200 projetos voltados para a promoção e pesquisa em assuntos ligados à saúde masculina. Os homens vivem com pior saúde geral, menos qualidade de vida e morrem numa média de seis anos antes que as mulheres. Doenças que traduzem o estado de má saúde, maus hábitos de vida e má interação com o meio ambiente, como a infertilidade masculina, quase dobraram nos últimos 20 anos.

Na segunda entrevista da série sobre a saúde do homem, o Jornal da USP no Ar contou com a participação do urologista Jorge Hallak, da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) e coordenador do Grupo de Estudos em Saúde Masculina do Instituto de Estudos Avançados da Universidade. A data, como já é conhecida, é voltada para o tópico do câncer de próstata. Contudo, o mês deve ser utilizado para tratar assuntos da saúde que vão além do tema. “O homem tem que pensar que qualquer coisa que você ache que merece uma atenção, você tem que se dar a oportunidade de consultar um especialista e fazer uma espécie de check-up”, conclui o médico.

O doutor Hallak destaca que a falta de atenção com sua vitalidade é preocupante no sexo masculino mediante aos dados apresentados sobre qualidade e expectativa de vida. Segundo ele, dois terços dos indivíduos só vão ao consultório por conta de um incentivo da esposa ou da mãe. O intervalo de tempo entre a ida ao pediatra e ao urologista, com aproximadamente 45 anos de idade, faz com que muitas questões relevantes fiquem de lado e só compareçam ao médico quando já há algo detectado. No pior dos casos, algo que, se diagnosticado antes, poderia ser curado. A primeira visita ao urologista e ao andrologista deve acontecer, de preferência, na adolescência.

O exame de próstata pode detectar várias outras doenças. “O aumento benigno da próstata e também as infecções. O câncer de testículo é bem mais comum na faixa etária de 15 a 45 anos, o câncer número um do homem”, afirma Hallak. No caso da prevenção dos tumores, pode ser pedido, além do exame de toque retal, uma dosagem de sangue e, posteriormente, um ultrassom. O urologista da Faculdade de Medicina da USP ressalta que isso se deve à probabilidade de falhas pequenas que os processos podem ter, mas juntos, o número de erros diminui significativamente. O melhor dos remédios e tratamentos para várias doenças que afetam a saúde masculina é, sem dúvida, a prevenção realizada com a ida ao médico de maneira habitual.

JORNAL DA USP