Até 20 de junho, serão apresentadas e debatidas perspectivas para a conservação e uso sustentável dos ambientes coralíneos do Maranhão a Alagoas, incluindo ilhas oceânicas
O I Encontro Regional do Plano de Ação Nacional para a Conservação dos Ambientes Coralíneos (PAN Corais) está sendo realizado em Natal, entre os dias 18 e 20 de junho, de segunda a quarta-feira. Representantes de áreas estratégicas desse documento de pactuação, desde o Parcel do Manuel Luís, no Maranhão, até Alagoas, incluindo o Atol das Rocas e os arquipélagos de Fernando de Noronha e de São Pedro e São Paulo, irão apresentar e discutir diferentes perspectivas sobre as ações que estão sendo desenvolvidas na região.
Com o patrocínio da Petrobras, esse encontro é realizado pelo Projeto Coral Vivo, Projeto Golfinho Rotador, Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Marinha do Sudeste e Sul (Cepsul/ICMBio) e Coordenação de Identificação e Planejamento de Ações para Conservação (Copan/ICMBio). "Os encontros regionais proporcionarão um marco de inovação e aprimoramento para monitoria do andamento das ações estabelecidas no PAN Corais", destaca a coordenadora do PAN Corais e do Cepsul/ICMBio, Roberta Santos. "Além disso, poderão também ser identificadas ações transversais, que ainda não se encontram definidas como deste PAN, mas que possam ser integradas, contribuindo ao alcance dos objetivos estabelecidos. Isso não só fortalecerá as ações de conservação dos ambientes coralíneos, mas também aumentará a rede de parceiros em cada região", completa Roberta.
O coordenador executivo do PAN Corais, o biólogo marinho Clovis Castro destaca que os Planos de Ação Nacional para a Conservação das Espécies Ameaçadas de Extinção (PANs) estão sendo desenvolvidos como uma das estratégias para o Brasil cumprir meta estabelecida em 2010, em conferência realizada no âmbito da Convenção da Diversidade Biológica. "Ela estabelece que até 2020 terá sido melhorada ou mantida a situação de conservação de espécies ameaçadas de extinção", informa Clovis, que é professor do Museu Nacional/UFRJ e fundador do Projeto Coral Vivo, patrocinado pela Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental.
Conhecimento científico e tradicional
No I Encontro Regional do PAN Corais, estarão presentes representantes do ICMBio, de universidades públicas, de unidades de conservação, de entidades do terceiro setor, de órgãos ambientais estaduais, além de associações de pescadores e marisqueiros, por exemplo. "Isso irá possibilitar a ampliação do conhecimento científico e tradicional sobre os ambientes costeiros e marinhos. Esse encontro regional irá concentrar o conjunto de atores, que são protagonistas tanto em ações de pesquisa como em conservação, manejo e uso sustentável, trazendo novas informações e possibilitando também a união dessas forças", ressalta o coordenador do Projeto Golfinho Rotador, Flávio Lima.
As ações do PAN Corais foram estabelecidas em reunião realizada em 2014 envolvendo mais de cem atores institucionais e aprovadas pela Portaria ICMBio nº 19/2016. Esse documento de pactuação contempla 52 espécies ameaçadas de extinção segundo a Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção – Peixes e Invertebrados Aquáticos, e 18 áreas estratégicas distribuídas ao longo do litoral do Brasil e ilhas oceânicas, do Maranhão a Santa Catarina. Com 146 ações, será realizado até 2021, buscando a redução dos impactos humanos, a ampliação da proteção e do conhecimento, com a promoção do uso sustentável e da justiça socioambiental, por exemplo.
Ambientes coralíneos em exposição no Museu Nacional
O PAN Corais é o pano de fundo da exposição "Expedição Coral: 1865-2018", que acaba de ser inaugurada nas comemorações do bicentenário do Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, no Rio. O visitante é convidado a explorar a descoberta dos corais e ambientes coralíneos e seu estado de conservação, desde o Brasil de Pedro II até hoje. Com a curadoria dos professores Clovis Castro e Débora Pires, coordenadores do Projeto Coral Vivo, patrocinado pela Petrobras desde 2006, e da oceanógrafa Roberta Santos, do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Marinha do Sudeste e Sul (Cepsul/ICMBio), a cenografia é assinada pelo estúdio M'Baraká. Ela traz exemplares da fauna dos recifes de coral do Brasil, telas interativas, instrumentos científicos, entre outras peças. Um exemplar taxidermizado do peixe mero (Epinephelus itajara) com mais de 2 metros de comprimento busca chamar a atenção para as espécies ameaçadas. Outras espécies-foco do PAN Corais estarão expostas em bordados, em meio líquido ou com o esqueleto seco, por exemplo. Uma das telas interativas está ligada ao Google Earth, apresentando 906.533,42 hectares de unidades de conservação (UCs) que incluem ambientes coralíneos no Brasil, com fotografias e informações gerais. Mais informações: www.museunacional.ufrj.br.
Sobre o Projeto Coral Vivo
O Projeto Coral Vivo é patrocinado pela Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental, e trabalha com pesquisa, educação, políticas públicas e sensibilização para a conservação e uso sustentável dos ambientes recifais e coralíneos do Brasil. Concebido no Museu Nacional/UFRJ, hoje é realizado por doze universidades e institutos de pesquisa. Está vinculado ao Instituto Coral Vivo, que é o coordenador executivo do Plano de Ação Nacional para a Conservação dos Ambientes Coralíneos (PAN Corais). Esse documento de pactuação está sendo realizado com a coordenação geral do Cepsul/ICMBio. Além disso, o Projeto integra a Rede Biomar, junto com os projetos Albatroz, Baleia Jubarte, Golfinho Rotador e Tamar. Todos patrocinados pela Petrobras, eles atuam de forma complementar na conservação da biodiversidade marinha do Brasil, trabalhando nas áreas de proteção e pesquisa das espécies e dos habitats relacionados. As ações do Projeto Coral Vivo são viabilizadas também pelo copatrocínio do Arraial d'Ajuda Eco Parque. www.coralvivo.org.br.