“Resultado negativo não
significa uma interrupção no processo de retomada do crescimento econômico do
país”, afirma ministro Ronaldo Nogueira
O saldo de empregos formais
no Brasil teve resultado negativo em novembro, com uma redução de 12.292 vagas, variação negativa de 0,03% em relação ao estoque do mês
anterior. Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados
(Caged), divulgado nesta quarta-feira (27) pelo Ministério do Trabalho (MTb),
foram 1.111.798 admissões contra 1.124.096 demissões no mês passado. “Esse
saldo negativo não significa uma interrupção do processo de retomada do
crescimento econômico do país”, destaca o ministro do Trabalho, Ronaldo
Nogueira.
Imagem: Época Negócios |
De janeiro a novembro foram
criados 299.635 novos postos de trabalho no país, o que comprova que a economia
segue em processo de retomada. “A economia está crescendo de forma gradual. A
melhor forma de distribuição de renda é o emprego. Estamos otimistas. O Brasil
vai dar certo”, afirma Ronaldo Nogueira.
No comparativo com os dois
anos anteriores, o saldo negativo de 12.292 postos de empregos formais em
novembro é imensamente menor. Em novembro de 2015 e em novembro de 2016 foram
registrados, respectivamente, saldos de -130.629 e -116.747.
Setores – Apesar de
o saldo ter sido negativo neste
mês de novembro, o Comércio (tanto o Atacadista quanto o Varejista) apresentou
saldo positivo. Foram mais de 68 mil novas vagas criadas. O motivo: o período
de festas, que é responsável pelo aquecimento das vendas. Ao todo, foram
342.198 admissões e 273.596 desligamentos.
Os dois principais setores
que geraram o saldo negativo de novembro foram a Indústria da Transformação e a
Construção Civil. O setor da Indústria apresentou saldo negativo em dez dos
seus subsetores. A razão é que, a esta altura do ano, todas as encomendas já
foram atendidas. Por isso, a Indústria começa a demitir. Já o número negativo
na Construção Civil deve-se ao período de chuvas, o que leva à paralisação das
obras. “Nos meses anteriores, esses setores
registraram números positivos”, lembrou o ministro Ronaldo Nogueira.
A Indústria de Transformação foi o
principal destaque negativo. Registrou saldo de -29.006 empregos, decorrente de
163.011 admissões e 192.017 desligamentos, o que corresponde a uma retração de
-0,39% sobre outubro. Dos 12 subsetores, dois tiveram expansão - Indústria do
Material de Transporte (+1.414 postos) e a Indústria Metalúrgica (+226 postos).
Os demais oito subsetores que compõem a atividade industrial registraram
retração: Indústria Química de Produtos Farmacêuticos, Veterinários, Perfumaria
(-8.615 postos); Indústria de Produtos Alimentícios, Bebidas e Álcool Etílico
(-6.901 postos); Indústria Têxtil do Vestuário e Artefatos de Tecidos (-5.934
postos); Indústria de Calçados (-4.802 postos); Indústria de Produtos Minerais
Não Metálicos (-1.376 postos); Indústria da Borracha, Fumo, Couros, Peles e
Similares (-1.315 postos); Indústria Mecânica (-896 postos); Indústria do
Papel, Papelão, Editorial e Gráfica (-371 postos); Indústria da Madeira e
Mobiliário (-244 postos); e Indústria do Material Elétrico e de Comunicações
(-192 postos).
A Construção Civil ficou em segundo
lugar no saldo negativo. Ocorreram 91.776 admissões e 114.602 desligamentos,
gerando uma queda de -22.826 vagas, equivalente à retração de -1,04% em relação
ao mês anterior. Os principais subsetores responsáveis pelo saldo negativo
foram Construção de Edifícios (-10.678 postos), especialmente em São Paulo
(-3.224 postos) e Minas Gerais (-2.221 postos); Construção de Rodovias e
Ferrovias (-6.067 postos), especialmente na Bahia (-1.345 postos) e Mato Grosso
(-1.126); e Obras de Acabamento (-1.717 postos), especialmente em São Paulo
(-665 postos) e Minas Gerais (-226 postos).
O setor da Agropecuária foi o terceiro
destaque negativo de novembro, com 60.762 admissões e 82.523 desligamentos. O
que corresponde a um saldo negativo de -21.761 empregos, representando retração
de -1,34% sobre o mês de outubro. As principais classes de atividade da
Agropecuária que apresentaram saldo negativo de emprego foram: cultivo de cana
de açúcar (-8.397 postos), especialmente em São Paulo (-3.907 postos), Goiás
(-1.115 postos) e Maranhão (-1.630 empregos); Atividades de Apoio à Agricultura
(-5.373 postos), em particular em São Paulo (-2.845 postos), Minas Gerais
(-1.479 postos) e Mato Grosso (-714 postos); e Cultivo de Uva (-2.534 postos),
em particular Pernambuco (-2.260 postos) e Bahia (-173 postos).
O setor de Serviços também teve saldo
negativo em novembro. Foram registradas 445.079 admissões e 448.051
desligamentos, o que equivale a saldo de -2.972 postos (retração de -0,02%
sobre o saldo do mês anterior).
Três dos seis subsetores apresentaram
saldo positivo: Comércio e Administração de Imóveis, Valores Mobiliários,
Serviço Técnico (10.431 postos); Serviços Médicos, Odontológicos e Veterinários
(866 postos); e Instituições de Crédito, Seguros e Capitalização (663 postos). A
outra metade dos subsetores teve saldo negativo: Serviços de Alojamento,
Alimentação, Reparação, Manutenção, Redação (-8.524 postos); Ensino (-5.717
postos); e Transportes e Comunicações (-691 postos).
Regiões – No recorte geográfico, as
regiões Sul e Nordeste apresentaram crescimento do nível de emprego. O Sul
novamente foi o destaque, com 15.181 postos de
trabalho (variação positiva de 0,21%), e o Nordeste teve abertas 3.758 vagas (+0,06%). As demais regiões registraram
saldo negativo de vagas: Sudeste, com -16.421 postos
(-0,08%); Centro Oeste, com -14.412 postos (-0,45%); e Norte, com -398
postos (-0,02%).
Estados - Treze das 27
unidades federativas tiveram variação
positiva. O Rio Grande do Sul liderou o crescimento com um saldo de 8.753
empregos, puxado pela expansão do Comércio (+4.567 postos), Agropecuária
(+3.973) e Serviços (+2.031). Santa Catarina ocupa no mês de novembro o segundo
lugar, registrando crescimento de 0,25%, com saldo de 4.995 vínculos
empregatícios, motivado pela expansão do Comércio (+5.090 postos), Serviços
(+1.592 postos) e Agropecuária (+908 postos). O terceiro lugar ficou com o Rio
de Janeiro, que apresentou crescimento de 0,09%, com saldo de 3.038 vínculos
empregatícios. Esse crescimento foi motivado pelo saldo positivo de empregos no
setor do Comércio (+9.649 postos).
Também foram destaques no mês de
novembro: Ceará, com 2.861 postos de trabalho (+0,25%); Alagoas, com a criação
de 1.468 empregos (+0,42%); Paraná, com saldo positivo de 1.433 empregos
(+0,05%); Paraíba, com 1.256 vagas (+0,32%); Pará, com 729 postos de trabalho
(+0,10%); Amazonas, com saldo de 395 vagas (+0,10%); Pernambuco, com 259 novas
vagas (+0,02%); Espírito Santo, com saldo de 189 empregos (+0,03%); Roraima,
com 143 postos de trabalho (+0,27%); e Sergipe, com saldo de 44 vínculos
empregatícios (+0,02%),
Salários – Os dados
do Caged também mostraram que, no mês de novembro, o salário médio de admissão
no país foi de R$
1.470,08, enquanto o salário médio de demissão foi de
R$ 1.675,58. Em comparação aos salários do mês
de outubro houve aumento de R$ 5,65 (+0,39%) no salário de admissão e de
R$ 0,31 (+0,02%) no salário de demissão. No acumulado
de 12 meses, os ganhos reais foram de R$ 53,91 (+3,81%) e R$ 44,48
(+2,73%), respectivamente.