Imagem: A. C Continental |
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, alertou nesta quarta-feira (4) sobre um possível "ataque total" para desarmar à Coreia do Norte, ao considerar que não há segurança que seja efetiva dado o sigilo do regime. A informação é da EFE.
"Vamos falar claramente. Pode ser lançado um ataque total? Pode. Atingiria o seu objetivo? Não sabemos. Porque ninguém sabe o que existe [na Coreia do Norte] nem onde. Ninguém sabe 100%. É um país fechado", disse Putin, no fórum Semana Russa da Energia, em Moscou.
Ele destacou que houve um momento em que a Rússia acertou com a Coreia do Norte certos compromissos, como suspender o programa nuclear militar. "Não era pra terem bloqueado, apenas uma semana depois, as contas bancárias norte-coreanas. Para que provocá-los? Eles saíram definitivamente de todos os acordos e começaram a desenvolver programas nucleares e de mísseis”, falou.
Segundo Putin, agora o regime de Pyongyan “tem uma bomba de hidrogênio, em vez de uma atômica, e em vez de simples peças de artilharia agora existem mísseis de alcance de 2.700 quilômetros até 5 mil quilômetros. Por acaso esse é o caminho para solucionar o problema? Não. Vemos que acontece tudo ao contrário", disse.
Putin lembrou que o falecido líder norte-coreano Kim Jong-il disse em 2001 que Pyongyang tinha armas nucleares e que podiam alcançar Seul com sistemas simples de artilharia. "Aqueles que tentam falar com a Coreia do Norte com uma posição de força só reforçam o regime", ponderou.
O presidente ressaltou que o polígono militar onde os norte-coreanos fazem testes nucleares e com mísseis está a apenas 200 quilômetros da fronteira com a Rússia, o que preocupa o Kremlin igual ou mais do que à Casa Branca.
"A retórica de ambas as partes deve diminuir. É preciso encontrar uma via de diálogo direto entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte, e entre eles e os demais países da região. Só assim será possível encontrar uma solução aceitável e equilibrada", defendeu.
Putin condenou as ações da Coreia do Norte dirigidas a violar os acordos contemplados nas resoluções do Conselho de Segurança da ONU e garantiu que "praticamente" não há trocas comerciais entre Moscou e o regime de Pyongyang.
Da Agência EFE