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A injecção intravítrea de fármacos anti-VEGF tem sido cada vez mais utilizada para o tratamento da retinopatia grave (tipo 1) da prematuridade (ROP)
Um mini-simpósio, publicado no Jornal da Associação Americana de Oftalmologia Pediátrica e Estrabismo (AAPOS), fornece insights importantes sobre novas técnicas e tratamentos que prometem eliminar a retinopatia da prematuridade (ROP) em todo o mundo.
"A ROP é um distúrbio ocular que potencialmente resulta em cegueira, afetando principalmente prematuros. Esta desordem, que geralmente se desenvolve em ambos os olhos, é uma das causas mais comuns de perda visual na infância e pode levar a perda de visão ao longo da vida. A ROP ocorre quando vasos sanguíneos anormais crescem e se espalham através da retina, potencialmente levando ao desprendimento da retina e à cegueira. Uma revolução no diagnóstico, na gestão e na prevenção da ROP tem começado a contribuir para melhorar a vida dos pacientes que sofrem desta condição devastadora", afirma o oftalmologista Virgílio Centurion, diretor do IMO, Instituto de Moléstias Oculares.
Nos países ocidentais, mais de 90% dos prematuros, mesmo com ROP grave, podem esperar um desfecho favorável para essa condição, enquanto as áreas com poucos recursos carecem de equipe treinada, equipamentos funcionais e até mesmo uma compreensão rudimentar da ROP em suas formas inumeráveis. "Sem tratamentos menos dispendiosos e mais acessíveis, a ROP continuará a condenar muitos bebês a uma vida com deficiência visual severa ou à cegueira", afirma o oftalmopediatra do IMO, Lucas Brandolt Farias.
Uma solução proposta, no mini-simpósio, é o uso da telemedicina em áreas nas quais onde não existam especialistas no assunto. Michael F. Chiang observa que os recentes avanços na área da tecnologia da informação têm facilitado a implementação de grandes programas de telemedicina sobre ROP, na vida real, nos Estados Unidos e em todo o mundo.
Segundo Chiang, "a natureza dos cuidados na ROP está sendo gradualmente transformada por algumas dessas tecnologias, avaliando outras tecnologias de imagem emergentes, compreendendo seus benefícios e limitações e implementando-as gradualmente quando necessário, os oftalmologistas pediátricos poderão melhorar o cuidado que prestam aos pacientes com ROP".
A ROP é tradicionalmente tratada usando ablação a laser dos vasos sanguíneos anormais, mas avanços foram feitos usando inibidores do fator de crescimento endotelial vascular (VEGF). "A injecção intravítrea de fármacos anti-VEGF tem sido cada vez mais utilizada para o tratamento da retinopatia grave (tipo 1) da prematuridade (ROP). Estes fármacos inibem a ação do fator de crescimento endotelial vascular (VEGF), um importante agente de sinalização para o desenvolvimento de novos vasos sanguíneos, mas que está presente em excesso nos olhos de crianças com ROP grave. Os resultados iniciais com o tratamento anti-VEGF são promissores, mas temos muito a aprender sobre esses fármacos e seus efeitos sobre bebês prematuros em rápido desenvolvimento", observa o oftalmopediatra, Lucas Brandolt Farias.
Helen A. Mintz-Hittner compartilha seu único, às vezes polêmico trabalho sobre bevacizumab que varreu os EUA e mudou a forma com muitos médicos tratam os casos de ROP avançados. O tratamento revela-se promissor, no entanto, a recorrência tardia da ROP após o tratamento com bevacizumab ocorre geralmente em 5-10%. Mintz-Hittner enfatiza "a necessidade de seleção adequada de casos (tempo), injeção cuidadosa (técnica) e acompanhamento adequado, a longo prazo, (pelo menos 65 semanas de idade ajustada), para o estabelecimento de parâmetros para gerenciar adequadamente a ROP infantil".
David K. Wallace contribui com uma revisão equilibrada de vários medicamentos anti-VEGF. Ele adverte, "temos um longo caminho a percorrer para ter um paradigma baseado em evidências para o tratamento anti-VEGF. Há muitas perguntas sem resposta sobre qual droga, que dose, benefícios relativos e possíveis efeitos colaterais. Em consequência, há muitas oportunidades para estudos comparativos de alta qualidade que moldarão o futuro tratamento de prematuros e ajudarão a reduzir a cegueira por ROP".
"Temos a sorte de ter uma comunidade de cientistas dedicados a trabalhar em uma das principais causas de cegueira em crianças. Já avançamos graças ao trabalho árduo de tantos, é hora de considerar a possibilidade real de que essa condição possa ser eliminada, quando isso acontecer, teremos conseguido um verdadeiro milagre", defende Lucas Farias.
Assessoria | Edição: Diário Potiguar