Imagem: Tomaz Silva/Agência Brasil |
O Palácio Gustavo Capanema, sede do Ministério da Cultura e da Fundação Nacional de Artes (Funarte), na Avenida Graça Aranha, centro do Rio de Janeiro, foi ocupado na manhã de hoje (16) por centenas de manifestantes contrários à extinção da pasta e ao governo do presidente interino Michel Temer. Também houve um ato chamado de “abraçaço”, em que foi dado um abraço simbólico no prédio modernista que, no passado, abrigou o Ministério da Educação.
No segundo andar do edifício, onde os ocupantes montaram a base da ocupação, cartazes pedem “cuidado com o patrimônio”, “não comer no carpete” e “não fumar”. Pelo lado de fora, faixas dizem “Fora Temer”, “Golpe”, “Fascistas não passarão” e “Teatro pela Democracia”.
O presidente da Central Única dos Trabalhadores no Rio de Janeiro (CUT-RJ), Marcelo Rodrigues, diz que a CUT apoia o movimento: “Nós estamos dando total apoio a esse movimento, desde cedo. Por volta de dez horas, começou a ocupação e vamos continuar aqui o quanto for necessários, estamos junto. É contra a extinção do Minc, contra esse governo golpista. A pauta é única. Precisamos do Minc, precisamos levar a cultura mais a sério nesse país e precisamos derrubar esse governo golpista”.
Uma das organizadoras do abraçaço, a atriz e diretora Iara Rocha, da companhia teatral Língua de Trapo Pontos de Cultura, de Petrópolis, diz que a ocupação não tem dia para terminar. Segundo ela, pelo menos cem pessoas devem pernoitar no Capanema hoje e haverá revezamento entre os manifestantes para manter a mobilização. Ela diz, também, que o movimento não reconhece Michel Temer como presidente.
Segundo ela, participam da ocupação coletivos do audiovisual, movimento Teatro pela Democracia, Pontos de Cultura, Programa Cultura Viva, representantes do circo e do teatro. O prédio passa por restauração na parte externa e as atividades normais do Capanema não foram interrompidas pela ocupação.
O Ministério da Cultura foi procurado pela Agência Brasil, mas ainda não se pronunciou sobre a ocupação.
Akemi Nitahara – Agência BrasilEdição: Jorge Wamburg