Começou há pouco a reunião da Comissão Especial do Impeachment no Senado na qual será apresentado o parecer do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) sobre a admissibilidade de processo contra a presidenta Dilma Rousseff.
Com quase uma hora de atraso, a reunião teve um início tumultuado por sucessivas questões de ordem apresentadas por senadores da base aliada ao governo. A senadora Gleisi Hoffmann questionou o fato de ontem, durante a exposição de especialistas contrários ao impeachment, o relator ter se ausentado para escrever seu voto.
O líder do PSDB, Cássio Cunha Lima (PB), classificou o questionamento como um ato de desespero de quem quer retardar o processo. “O que se vê nesse instante é o velho PT de sempre, o PT do quanto pior melhor”, disse.
O presidente do colegiado, senador Raimundo Lira (PMDB-PB), negou prosseguimento à questão de ordem. Explicou que a ausência esporádica do relator não invalida e nem constrange os trabalhos da comissão. Além disso, Lira lembrou que as notas taquigráficas da sessão tem todos os registros na íntegra e está disponível para o relator consultar.
Próximos passos
A discussão do parecer de Anastasia será feita amanhã (5), quando o advogado-geral da União, José Eduardo Cardoso, responsável pela defesa da presidenta, terá uma hora para contrapor as conclusões do relator. Em seguida, os senadores passam a debater o parecer que será votado pelo colegiado nesta sexta-feira (6).
Na Comissão Especial o documento precisa do apoio da maioria simples dos senadores, ou seja, metade mais um dos que estiverem presentes a sessão. Se admitido, também em votação por maioria simples, Dilma será imediatamente afastada do cargo por até 180 dias. Nesse período, o vice-presidente Michel Temer assumirá a presidência da República.
Enquanto isso, no Senado, a Comissão Especial retomará o processo para iniciar a fase de instrução e emitir novo parecer. Não há prazo para Senado julgar o impedimento da presidenta.
Karine Melo e Mariana Jungmann - Agência Brasil
Edição: Beto Coura