O relatório "A Epidemia Mundial de Tabaco 2015", da Organização das Nações Unidas (ONU) aponta que uma pessoa morre de doenças relacionadas ao tabaco a cada seis segundos, o equivalente a cerca de 6 milhões de pessoas por ano. Até 2030, as estatísticas tendem a crescer para 8 milhões de mortes por ano, caso medidas drásticas não forem tomadas para o controle da "epidemia do tabaco", nome dado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Segundo a Dra. Tanit Ganz Sanchez, Otorrinolaringologista e presidente da Associação de Pesquisa Interdisciplinar e Divulgação do Zumbido – APIDIZ o que vem aumentando também em escalas vertiginosas é o zumbido no ouvido. "Em 1995, cerca de 15% da população tinha zumbido; em 2010, essa taxa subiu para 24%, representando um aumento de 9% em 15 anos e tornando o desconhecido zumbido um problema mais comum do que outros bem conhecidos, como diabetes, cegueira, surdez, asma ou Alzheimer. Se o número de fumantes aumentar na proporção esperada pela OMS, é muito provável que o número de pessoas com zumbido também crescerá".
O zumbido no ouvido também é causado por outros problemas, como a exposição a ruído (baladas e fones de ouvido) e a ondas eletromagnéticas (celulares), por erros alimentares (jejum prolongado, abuso de cafeína, doces e gorduras. "No caso do cigarro, substâncias como o monóxido de carbono, a nicotina, formol, solventes e amôniadiminuem a oxigenação sanguínea e causam obstruções vasculares. Como o ouvido interno só tem um único vaso para oxigená-lo 24 horas por dia - e de pequeno calibre -, ele é muito vulnerável a ação de substâncias vasoconstritoras, por isso aparecem sequelas no aparelho auditivo", complementa Dra. Tanit Ganz Sanchez, que é a pesquisadora pioneira dos estudos sobre o zumbido no ouvido no Brasil e já os realiza há mais de 20 anos.
Em um estudo apresentado como dissertação de mestrado da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), um fumante de 5 cigarros por dia há mais de um ano tem 4 vezes mais chances de sofrer com o zumbido no ouvido. "Além disso, como as estruturas do ouvido são pequenas demais, algumas invisíveis a olho nu, acabam morrendo facilmente e provocando sintomas progressivos, como zumbido, tontura e perda da audição", complementa Tanit Ganz Sanchez.
Para a médica, uma pessoa que deseja evitar esses danos aos ouvidos deve atentar-se aos seus hábitos: "Se a pessoa evitar fumar, comer doces e comidas gordurosas, praticar atividades físicas e resguardar-se da exposição recorrente a sons muito altos, tem grandes chances de dar vida longa aos seus ouvidos! Isso só depende da conscientização e da vontade de cada um para se cuidar".
13 dicas para manter a saúde auditiva:
1. Em locais barulhentos: use protetores de ouvido e faça intervalos de 10min/h. Não ache "normal" sair da balada com zumbido!
2. Não fume.
3. Com fones de ouvido: evite ultrapassar a metade da potência ou usar mais que 2 horas.
4. Alimente-se 4 a 6 vezes ao dia, evitando abuso de cafeína, doces, sal, álcool.
5. Hidrate-se bem para seus rins eliminarem melhor as toxinas.
6. Exercite-se 5 vezes por semana: seu metabolismo e circulação vão melhorar!
7. Troque o silêncio por estimulação com baixo volume de sons suaves, mesmo durante a leitura ou o sono. Isso ajuda no controle do zumbido e da hipersensibilidade a sons.
8. Diminua o tempo de celular direto no ouvido, pois a radiação eletromagnética pode ser prejudicial.
9. Evite automedicação: certos remédios podem agredir os ouvidos.
10. Alivie seu estresse com atividades relaxantes eficazes: yoga, meditação, Tai-Chi-Chuan, Chi-Cong etc.
11. Incorpore mais momentos de prazer na sua vida para restaurar a função dos órgãos.
12. Visite seu médico regularmente para exames preventivos gerais e auditivos.
13. Acesse os vídeos gratuitos do GANZ (Grupo de Apoio Nacional a pessoas com Zumbido): www.tvzumbido.com.br,
Profa Dra. Tanit Ganz Sanchez, Otorrinolaringologista com doutorado e livre-docência pela USP, Diretora-Presidente do Instituto Ganz Sanchez, Presidente da Associação de Pesquisa Interdisciplinar e Divulgação do Zumbido (APIDIZ), Criadora da Campanha Nacional de Alerta ao Zumbido (Novembro Laranja) e do Grupo de Apoio Nacional a pessoas com Zumbido (GANZ). Assumiu a missão de desvendar os mistérios do zumbido e é pioneira nas pesquisas no Brasil, sendo reconhecida por sua didática, objetividade e compartilhamento aberto de ideias. É especialista em Zumbido, Hiperacusia, Misofonia e Distúrbios do Sono.
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