Coordenador temático do Ensino Médio e Profissionalizante na Comissão Especial do Plano Nacional de Educação, o deputado federal Rogério Marinho (PSDB) usou a tribuna da Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (11), para alertar a sociedade brasileira sobre as altas taxas de repetência registradas no ensino médio nacional.
Segundo dados do Ministério da Educação (MEC) divulgados no mês passado, "o indicador de repetência na rede pública é persistentemente alto. Em 2005, foram reprovados ou abandonaram o ano letivo 30% dos estudantes de ensino médio; em 2007, foram 28% dos alunos desta etapa", revelou o parlamentar.
Ainda de acordo com Rogério, em 2009, a taxa de aprovação divulgada no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) foi de 74%, ou seja, "em média nas três séries do ensino médio foram reprovados ou abandonaram o ano letivo 26% dos estudantes, indicando distorções nesta etapa de ensino e retratando que há grandes prejuízos financeiros e desperdício de recursos humanos".
Para Rogério Marinho, "uma leitura atenta dos dados indica uma situação de baixa qualidade no aprendizado nacional e alta taxa de repetência no ensino médio. Uma situação de penúria educacional. Os números de reprovados são alarmantes. Em média, estão sendo excluídos bem mais de um quarto dos estudantes de ensino médio das redes públicas no Brasil. Há uma falência educacional no ensino médio".
Como membro da Comissão de Educação da Câmara, o parlamentar sugere que para resolver o problema é preciso uma "ampla e profunda reforma do ensino médio no Brasil". Rogério Marinho entende que o país precisa adotar a flexibilização e a diversificação nas disciplinas do ensino médio para corrigir problemas de fluxo educacional e desempenho escolar, "além de darem sentido prático ao ensino médio, levando em conta as necessidades dos jovens para futura profissionalização".
"A flexibilização ajudaria a resolver e combater o que há de excessivo, enciclopédico e inútil no currículo do ensino médio. Daria chances ao estudante em escolher caminhos diferentes a trilhar, isto em função de suas habilidades e preferências. A diversificação iria garantir a qualificação para o trabalho, ou seja, abriria um amplo leque de oportunidades aos jovens para que se preparem adequadamente a adquirir uma profissão e habilidades profissionais, o que garantiria melhores empregos aos jovens no mercado de trabalho", finalizou.