A avaliação das funções visuais e auditivas dos alunos do ensino fundamental e médio é considerada uma ação básica de saúde escolar, principalmente no processo de alfabetização, considerado um dos mais importantes da área educacional, uma visão e audição normais são essenciais para o bom andamento do processo de ensino aprendizagem. Por isso, há quase dois anos, a Caravana da Saúde Escolar percorre, anualmente, instituições da rede municipal de ensino de Natal, para e detecção e tratamento precoce de problemas.
No primeiro ano de trabalhos, a Caravana da Saúde Escolar atendeu mais de 10,7 mil estudantes, em 68 escolas visitadas. Deste total, mais de 3, 7 mil apresentaram problemas visuais. Na segunda etapa, iniciada em maio, até o mês de julho, foram mais de 3,5 mil crianças e adolescentes atendidas e, em torno de 30 a 40%, apresentaram alterações visuais ou auditivas.
Nesta terça (18), o projeto chega à Escola municipal Professora Lourdes Godeiro, no conjunto Gramoré, 24º instituição de ensino atendida, onde fica até a próxima sexta-feira (21).
O estudante Renan Matheus dos Santos, de 10 anos, e sua família sabem bem qual a importância deste tipo de iniciativa. A dificuldade em enxergar o afastou dos livros e cadernos, justamente quando iniciava os primeiros contatos com o mundo da escrita, aos seis anos. Frequentes dores de cabeça e sensação de ardência nos olhos também acompanhavam a rotina da criança e o problema só foi percebido, após de uma queda no rendimento em sala de aula.
"Já estava na metade do ano, as notas baixando e ele não tinha interesse em tentar fazer os exercícios. E eu não percebia nada. Quem primeiro desconfiou que pudesse ser um problema de saúde, foi a professora. O engraçado é que muitas vezes, nesses casos, os pais pensam primeiro em rebeldia", comenta a dona de casa Wanesca Silva dos Santos, mãe de Renan.
Segundo ela, logo após o alerta da professora, procurou leva-lo ao oftalmologista que diagnosticou alguns graus de miopia e receitou o uso de óculos para a correção do problema. "Compramos os óculos e, depois disso, ele aprendeu a ler rapidinho. Só que na época, não tinha essa Caravana e demoramos um pouquinho para nos organizar, tanto em questão de tempo, como financeiramente, para ir ao especialista", destacou a dona de casa.
Na última semana, durante a visita da Caravana da Saúde à escola Adelina Fernandes, em Soledade II, Renan Matheus pôde fazer o seu teste de visão anual gratuito, sem precisar sair da escola. "Já estava na hora de trocar os óculos e o projeto veio na hora certa para mim, além de ajudar logo outras crianças, que ainda estão aprendendo a ler, antes que eles comecem a ter dificuldade. Os médicos vieram na hora da aula e somente tive que avisar para os meus pais", colocou o estudante.