Qualidade de vida e saúde do Idoso

Na próxima terça-feira é comemorado o Dia Nacional do Idoso, essa parcela da população tem buscado a cada dia mais saúde e qualidade de vida. Não é a toa que a expectativa de vida vem crescendo em todo o mundo. No Brasil, na década de 60, essa marca era de 62 anos; hoje, ultrapassa os 73. Mas como viver bem durante a velhice? Preparando-se desde a juventude!
As atitudes que tomamos ao longo da vida se refletem na chamada terceira idade e os hábitos saudáveis mostrarão seus frutos nessa fase, podendo transformá-la na melhor idade. Nunca é tarde para começar a cuidar do corpo e da mente. Uma alimentação equilibrada e exercícios físicos adequados mantêm o organismo ativo e ajudam a prevenir doenças. De acordo com clínico geral e geriatra, Antônio Carlos Barbosa, da Hapvida Saúde, envelhecer é obrigatório, mas a velhice é opcional. Escolhe a velhice quem quer. E para evitar essa escolha basta ter uma juventude com alimentação adequada e exercício físicos.
Desafios: doenças crônicas e quedas
Com mais anos pela frente, cresce também o número de doenças crônicas. Por isso, a Geriatria mudou seu foco, realizando além do tratamento desses males a busca pela prevenção, assim, oferecendo mais qualidade de vida. "A partir dos 65 anos é mais comum desenvolver algumas doenças. Atualmente as mais temidas são as doenças da memória e as recorrentes são as cardíacas e ortopédicas. Todas elas podem causar um grande impacto na vida do idoso, mas se essas doenças estiverem controladas e medicadas não afetarão de forma significativa a qualidade de vida do idoso", afirma o geriatra. 
Outro fator de risco e dos mais preocupantes, segundo o especialista, são as quedas, em decorrência da osteoporose – diminuição da densidade do osso –, uma doença frequente entre os idosos e que aumenta o risco de fraturas. "As quedas são as responsáveis pela maioria das incapacidades dos idosos. Para evita-las é fundamental que se tenha uma alimentação saudável, que o idoso seja uma pessoa ativa. A necessidade de suplementação de cálcio também é necessária, mas sempre com acompanhamento médico", informa o Dr. Antônio.
A receita da prevenção
A medicina hoje privilegia a prevenção, que começa cedo. "Não existe mais uma idade para começar a se cuidar. O cuidado com a saúde deve ocorrer durante a vida inteira", defende o médico.
As pessoas devem visitar o médico pelo menos uma vez por ano para que o profissional avalie quais são os exames e procedimentos necessários em cada caso. Em relação à terceira idade, prevenir significa investir no seguinte tripé: checkup, atividades física e intelectual.
Atividades físicas
Além de melhorarem a condição cardiovascular, fortalecem a musculatura – o que previne fraturas, no caso das temidas quedas. "As melhores atividades para os idosos são a caminhada, a yoga, o pilates e a hidroginástica feitas quatro vezes por semana, durante 30 minutos diários", afirma o geriatra.
Atividade intelectual
"O envelhecimento cerebral é inevitável, mas a velocidade com que esse envelhecimento acontece depende de cada um. O estilo de vida com a prática de exercícios e alimentação adequada durante toda a vida tem um impacto significativo nesse processo", explica o especialista.
Um dos problemas mais comuns entre os idosos é a depressão, por isso é importante se manter a vida social ativa. "A socialização e um cérebro ativo mantém o envelhecimento mais lento.", explica o dr. Almada.
Televisão e pijama, portanto, não são opções para quem quer envelhecer bem. É hora de fazer cursos, ler, debater, colocar a cabeça para funcionar. Isso é que mantém o bom humor, abre a possibilidade de cultivar amizades e estar atualizado, para sentir-se participante do mundo.
É preciso ter muita atenção com a dieta dos idosos, pois em geral eles são menos ativos fisicamente, e por isto devem consumir menos calorias que os mais jovens. Este fator já representa um risco aumentado de deficiência para várias vitaminas e minerais. Outra consequência da idade é a diminuição da massa corporal seca (notadamente músculos e ossos) e um aumento da gordura corporal total.
 
A perda de peso e outras alterações no exame físico, tais como a diminuição de tecido adiposo, do tônus muscular e da saúde da pele, são importantes, mas devem ser interpretadas com cuidado. O idoso, de acordo com o médico, deve fazer o máximo para manter a massa magra por mais tempo, evitando a obesidade. "Idosos com o peso controlado vivem mais tempo", frisa o médico.
 
Também é sabido que o envelhecimento também pode causar alterações no corpo que podem interferir na alimentação e no estado de nutrição de uma pessoa. São comuns as alterações do paladar e do olfato, com redução na percepção dos sabores salgado, doce e ácido. Embora não interfiram diretamente na ingestão alimentar, ocorrem com frequência, a redução da salivação e menor capacidade de mastigação. Seja por falta de dentes ou pelo uso de dentaduras mal adaptadas e de diversos distúrbios da deglutição. Todos estes fatores devem ser levados em consideração quando se trata de planejar a dieta de idosos.
De acordo com o especialista, existe o consenso de que o idoso deve receber uma dieta variada, saudável e balanceada. As necessidades protéicas, calóricas e de lipídeos diárias não são muito diferentes das de grupos mais jovens de pessoas.
 
O uso de suplementos vitamínicos pelos idosos também é indicado, mas com uma orientação médica, pois os idosos estão mais propensos a ter carência de algumas vitaminas.  O Dr. Antônio Carlos destaca a necessidade de repor o cálcio, já a partir dos 60 anos, e também a importância de uma dieta rica em zinco e selênio, que estão relacionados ao bem estar e memória. O ômega 3 é outro componente que deve ser incluído na dieta dos idosos, pois é importante para manter a boa saúde do coração.