O País do futebol precisa ser também o país da educação

É surpreendente como discutimos com tanto fervor e paixão os atrasos nas obras de infraestruturas da Copa do Mundo e a desconfiança quanto à seriedade dos empreiteiros e dos políticos, bem com outros assuntos relevantes á Seleção Brasileira e a Copa do Mundo.
 
Recentemente a péssima campanha da Seleção Brasileira na Copa América tornou-se um fato social que moveu milhões e milhões de brasileiros a apurar os culpados e responsáveis pela derrota, bem como uma explicação para o vexame, uma verdadeira sindicância futebolística.

De acordo com o antropólogo Édison Gastaldo, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, o futebol é o único fenômeno capaz de transformar completamente o comportamento da população, ainda que em momentos bastante específicos: durante jogos da seleção em copas do mundo.

Porém, fica a pergunta: o que pode ser mais vergonhoso para o Brasil: atrasos nas obras da Copa do Mundo ou uma educação falida? O Rio Grande do Norte viveu recentemente um dos seus maiores períodos de greve na educação, bem como outros graves problemas que foram denunciados até no Youtube e no programa do Fantástico, mas essa fase não tornou-se um fato social.

A relação entre eventos futebolísticos e identidade nacional é evidente em nosso país, pois somos o país do futebol, mas deveríamos antes de tudo ser o país da educação. Acho importante que o Brasil receba eventos esportivos tão grandiosos como a Copa do Mundo e as Olimpíadas, mas gostaria de ver esse mesmo patriotismo que nos impulsiona a torcer pela seleção nos impulsionar a “torcer” pela educação.

PARA REFLETIR: No futebol, o Brasil ficou entre os 8 melhores do mundo e todos estão tristes. Na educação o Brasil é o 85º, mas ninguém reclama.