Embora o Ministério da Integração já tenha incluído o projeto de irrigação da chapada do Apodi no Programa de Aceleração do Crescimento – PAC, a obra vai ter que esperar, um pouco mais além das outras. É que está havendo divergências quanto ao modelo de aproveitamento das águas da barragem de Santa Cruz. Entidades ligadas ao campo consideram que a atividade de agricultura familiar será prejudicada, caso sejam instaladas empresas para explorar o agronegócio e reclamam de desapropriações que terão que ocorrer e outros impactos ambientais. Já o que governo defende que não há como desenvolver o campo se essas atividades forem dissociadas.
Mas, o projeto só será implantado se for bom para as partes. Foi o que garantiu o ministro da Integração, Fernando Bezerra Coelho, ao receber nesta segunda-feira, 19, uma comitiva de representantes de entidades do setor rural, acompanhados da governadora Rosalba Ciarlini, ministro Garibaldi Filho, deputados Fátima Bezerra e Fernando Mineiro e o diretor do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas-DNOCS, Elias Fernandes.
O projeto prevê a irrigação de 5 mil hectares, com investimentos de R$ 240 milhões. Segundo os representantes das entidades do campo, se ele for concebido do jeito que está, 305 pequenos irrigantes serão prejudicados.
O ministro Fernando Bezerra propôs que sejam elaboradas duas novas propostas. Uma, por essas entidades; outra, por técnicos do Ministério, para que seja elaborado um projeto de consenso. "É importante para o RN que o projeto de irrigação da chapada do Apodi seja colocado no PAC, mas precisamos aprimorá-lo", aconselhou o ministro, admitindo que o projeto será redimensionado para atender os interesses das comunidades e dos governos federal e estadual.
A governadora Rosalba Ciarlini assegurou que todos os esforços para que o novo projeto seja elaborado dentro desse propósito será feito pelo governo do Estado. "Podem contar com as Secretarias de Agricultura e da Reforma Agrária", ressaltou Rosalba.
Dentro de 15 dias haverá uma reunião em Natal, com a presença de representantes do Ministério de Desenvolvimento Agrário, DNOCS, Fetarn, Agência de Articulação do Semi-Árido(ASA) e governo do Estado. Depois, a proposta será levada ao ministro. "Deveremos ter uma posição até o fim de agosto", previu o ministro, dizendo que o novo projeto terá que dá segurança hídrica e atender a meta de desenvolvimento sustentável.