Carnaval é época propícia para contrair vírus e a "doença do beijo"

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Com você, o carnaval é na base do beijo? Então antes de cair na farra é bom estar atento aos riscos que ficar com diversos parceiros representa para a saúde. A troca de salivas propicia a transmissão de uma série de vírus, entre eles o Epstein-Barr, causador da doença do beijo. Se você adota o lema de que, na folia de Momo, ninguém é de ninguém, é bom se preparar para a possibilidade de sofrer com febre e dor de garganta dentro de 30 a 45 dias, período de incubação do vírus. Mas aí já é Semana Santa, tempo de repouso com a família...
A doença do beijo, ou mononucleose, é transmitida pela saliva e é muito comum entre adolescentes e adultos jovens, por causa da grande variedade de parceiros. Ela costuma ser confundida com gripe, por causar dor de garganta, no corpo, febre, mal-estar e inchaço dos gânglios. A doença não costuma ser grave, mas às vezes gera aumento do baço e do fígado, inflamação do coração e amigdalite com pus. Em alguns casos, evolui para hepatite moderada e conjuntivite.
Se o baço aumentar, a pessoa deve evitar a prática de exercícios físicos, pois o órgão pode se romper. Se isso acontecer, o tratamento é cirúrgico. Neste caso, há risco de morte. Mas calma. Este quadro é incomum. O folião beijoqueiro deve se preocupar mais com o incômodo gerado pela doença, contra a qual não há remédio.
- Não existe medicamento que tenha alguma ação comprovada contra o vírus. O que se pode fazer é tomar analgésico e repousar - explica o infectologista da Universidade Federal do Rio de Janeiro Edmilson Migowski.
O diagnóstico da mononucleose é feito por exame de sangue. Mas muitas pessoas manifestam a doença e nem tomam conhecimento: tratam-se em casa e pensam que tiveram uma gripe. O período de transmissão é limitado. No entanto, não é só pelo beijo na boca que ela acontece. Falar a curtas distâncias e compartilhar bebidas são outras formas de contágio.
Existem muitos vírus que podem ser transmitidos não só pelo beijo, mas pelo contato físico muito próximo, típico de ambientes com grandes concentrações, como os blocos de carnaval. É o caso do vírus da rubéola, gripe, herpes e tuberculose. Fora cárie e gengivite, que podem aparecer após beijar alguém com esses problemas.
Então a solução é ficar em casa e abortar os planos de curtir a folia? Não é necessário. O que os especialistas recomendam apenas é que se tenha um pouco mais de cuidado na hora de escolher um parceiro, e senso de seletividade.
- Procure selecionar mais o parceiro, assim como no sexo. Como não tem camisinha para boca, fique atento se a pessoa tem mau hálito, gengiva vermelha e dentes malcuidados - indica a cirurgiã dentista Cristiane Tavares.
Com informações O Globo