Escolar



Sob a máxima: “manda quem pode obedece quem tem juízo” muitos valentões (bullies) tem aterrorizado a hora do recreio de muitas crianças, porém um vídeo divulgado na internet nesta segunda-feira (14) transformou um jovem australiano no símbolo da luta contra o bullying.

As imagens revelam um garoto identificado como Casey Heynes sendo alvo de bullying por um colega em um colégio, enquanto outros jovens riem e acompanham a cena. Heynes não reage aos primeiros golpes, até o momento em que ele passa a se defender, agarrando o adversário e o atirando ao chão.
Historicamente, o Bullying foi durante anos negligenciado e associado a práticas culturalmente aceitas principalmente no ambiente escolar como, por exemplo: ter apelidos, ser beliscado, ser excluído do grupo, ser alvo de piadas maldosas e de gozação da turma. Porém, quando estas práticas são impostas em relações de desiguais de poder e repetidas vezes, podem ocasionar sofrimento psicológico á vítima.

Bullying é todo tipo de agressão verbal, psicológica ou física que ocorre de forma continua, intencional e que existe a partir de uma relação desigual de poder entre pessoas.

Conforme pesquisa realizada pelo IBGE em 2009, 1/3 dos estudantes brasileiros informou já ter sofrido bullying. De acordo com a Psicologia, sempre existirá Bullying nas escolas, pois esta é fruto das relações humanas e a escola será sempre um dos locais mais propícios para a ocorrência do fenômeno, pois é onde se desenvolvem e iniciam os primeiros contatos humanos.

Além de comportamental, o Bullying passou a ser um problema econômico. De acordo com a Associação Americana de Medicina, 160 mil crianças preferem ficar em casa com medo de serem agredidas em seu caminho até a sala de aula. Há pesquisas sugerindo que 7% dos estudantes de oitava série matam, ao menos, um dia de aula por mês. E, como grande parte do financiamento às escolas é baseado na frequência dos alunos, esse é um problema educacional de larga escala.

A organização Plan International estimou ainda que o custo do Bullying para o mundo: US$ 60 bilhões. Agora, o custo para a humanidade é bem maior. Nossas crianças aumentam a probabilidade e a frequência de problemas como: desmotivação, baixo rendimento escolar, ansiedade, depressão e em casos extremos até suicídio.

Diante disso, a Psicologia pode contribuir para a problematização desse fenômeno nas instituições escolares propondo intervenções como: espaços de fala para compreender os sentidos do bullying, orientações para uma maior supervisão por parte de professores e funcionários em locais de concentração de crianças e adolescentes (recreio, salas de jogos, piscinas, corredores, etc.), apoio e encorajamento ás vítimas e testemunhas para que denunciem o ato de bullying.

Imagem: Pixabay (Livre)